Postagens

Faça sua parte

"Preservar a água, é preservar a qualidade de vida dos que habitam a Terra. Não só a dos seres humanos, mas todas as formas de vida. Vida que não criamos, mas pelas quais somos totalmente responsáveis”              Faça sua parte! 22 de março, Dia mundial da Água
Cultivo por entre as minhas loucuras algumas mudas de sanidade; nunca se sabe quando será preciso esconder a riqueza de saber-se filho do caos.

Eu mesmo não gosto, mas como minha mãe assiste...

Quem nunca ouviu uma frase do tipo? Antes era muito usada por homens e gente que se considerava superior aos pobre ignorantes que se deixavam alienar pelas telenovelas. Hoje, que a telenovela já é quase uma, er, paixão e motivo de orgulho nacional - ainda mais com o prêmio recebido por Caminho das Índias - creio que nem os homens tem mais vergonha de se assumirem amantes da teledramaturgia. Porém essa frase tem sido muito usada hoje para esconder a atração que outro tipo de programa televisivo (não menos alienante e improdutivo) exerce: os reality shows. Domingo, durante uma discussão sobre o BBB na TV Brasil, uma psicóloga que participava da conversa disse não assistir o programa. Entretanto, quando eram citados certos episódios, lá estava ela opinando com propriedade, utilizando detalhes dos acontecimentos dentro da casa para ilustrar suas críticas. Daí eu pensei: mas como, se ela não assiste? Daí algum leitor poderia dizer que para criticar é preciso conhecer. Tudo bem, mas foi e

Novo blog

O blog Anotações de leitura é a minha mais nova empreitada no mundo dos blogs. O título já diz tudo, mas para quem quiser uma explicação adicional, o primeiro post publicado há pouco deve suprir essa carência. Sintam-se intimados convidados a dar uma espiadinha lá (risos). Serão muito bem-vindos!

Sobre uma menina, alemães e judeus

Durante as férias andei lendo algumas coisas e resolvi falar um pouquinho aqui sobre dois que a maioria já deve ter lido, mas eu resolvi ler só agora: A menina que roubava livros e Quando Nietzsche chorou . Coincidentemente os dois livros tem alemães e judeus, embora só o primeiro tenha uma menina, daí o título do post (risos). Vamos aos comentários: A menina que roubava livros Confesso que na primeira vez que tentei ler não passei da 20ª página. Achei muito estranha e fragmentada aquela narração da dona Morte. Passaram-se anos e depois de alguns amigos comentarem bastante o livro resolvi ler novamente e com calma, e então tudo fez sentido; cheguei a sentir saudades do livro e ficar pensando nos personagens quando não estava lendo. Há um equilíbrio ali entre o ódio, a crueldade, a miséria, o irracional e a beleza, o amor, a solidariedade, a amizade. Aliás, é a poesia que vence durante todo o livro. Na música do acordeonista, nos livros do lutador judeu, nos presentes de Liesel,

♫ ♪ ♪ ♫ ♪ ♫ ♪ ♫ ♪ ♪ ♪ ♫

"Toda alma é uma música que toca." Rubem Alves Hoje queria ser apenas voz, som, música. Ser improviso vão de um gênio qualquer que se vai lançando nos ouvidos e emocionando, comunicando, poesia musical, sem letra, apenas som, ininterrupto, contínuo, melodioso, harmônico, belo, melancólico, com trechos vibrantes e mesmo alegres, envolvendo a platéia que reagiria a cada nota conforme a tonalidade, chorando, sorrindo, surpresa diante de tão grandioso e ambicioso concerto. E assim ir me dando inteiro, fluido, até a última nota de uma partitura que vai sendo escrita à medida que tocada e cantada, sem ensaios, consertos e revisões. Até o dia em que a corda arrebente, o piano desafine, a voz se acabe e seja hora do silêncio final.

TV x Contador de Histórias

No início do conto O Adeus do navegante , de Milton Hatoum, o velho navegante chega de viagem e manda desligarem a televisão para contar um causo. A história que ele conta é sobre um duelo, mas o conto de Hatoum é sobre outro duelo: o do título deste post. Ela se passa num tempo em que a televisão ainda causava fascínio por ser novidade e privilégio de poucos, mas a imagem do homem que chega e manda desligar a televisão para que o ouçam causa maior fascínio ainda, pelo menos em mim. Ao ler sobre como as famílias se reuniam para ouvir a leitura de um romance ou para alguém contar histórias, sinto uma imensa vontade de ter vivido nessa época. Quando imagino uma cena como a do patriarca no conto de Hatoum sinto que há nela uma atmosfera mágica, as palavras saindo da boca e a imaginação dos ouvintes aguçada tentando visualizar o que está sendo contado. Lembro que na infância, quando faltava energia elétrica, meu avô Amaral contava algumas de suas histórias: de suas pescarias,