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Sono estelar

A solidão inundou os aposentos da sua pequena casa com mais força que teria uma torrente de água vinda de alguma represa que tivesse ido abaixo. Por todos os cantos havia um quê de ausência e ele nem sabia de que. Quem sabe haveria jeito de substituir a ausência por alguma outra coisa; bastava saber que coisa era aquela que tanto faltava. E o que faltava? Ainda há pouco os amigos estavam aí e eles jogavam baralho, conversavam sobre futebol, mulheres, contavam piadas, causos, pareciam tão alegres, tão animados, tão divertidos! Agora todos estavam em suas casas, alguns com suas mulheres e filhos, outros com os pais, mas ele estava ali, com os seus móveis, a televisão e a geladeira ainda com algumas latinhas de cerveja bem gelada. E aquela ausência descabida de sabe-se lá o que. Por mais que já houvesse se acostumado a senti-lo, aquele vazio era atordoante como uma febre surgida do nada, sem dar pistas da sua causa, e essa em especial, era de deixar acamado. Fosse ao hospital, t

Sobre coisinhas estranhas da minha vida

A primeira coisinha estranha que anda mexendo com a minha curiosidade tem a ver com esse tão amado e ao mesmo tempo tão desprezado blog; ocorre que justamente agora que eu menos escrevo nele, houve um salto gigantesco no número de visitantes. Certamente leitores desavisados trazidos a ele pelo google - o porque é que ainda não consegui sequer supor. Tudo bem que alguns cheguem aqui querendo saber o que significa "drástica'', palavra que eu usei no título de um post anos atrás e que o google por algum mistério da informática coloca o link para ele como segunda opção (sim, eu fiz o teste!). Mas por que cargas d'água a maioria dos visitantes recentes desse blog vem dos Estados Unidos? É certo também que tempos atrás eu escrevi outro post com o título "Slow life", mas não imagino o povo americano tão interessado por este tema. Será que estou enganado? Se alguém tiver uma sugestão a respeito, diga-a por favor. Bem, relatado o mistério referente às visitas a e

Além do que se vê

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  “ Mas se eu lhe disser quem sou, você pode não gostar de quem sou, e isso é tudo o que tenho.” (John Powel)   “Só se vê bem com o coração; o essencial é invisível aos olhos.” (Antoine de Saint-Exupéry) Eu dou asas a minha imaginação desde que me entendo por gente. Na minha infância, não fizeram falta os videogames; se pudesse voltar atrás, escolheria novamente meus bonequinhos e as histórias que criava com eles. Quer coisa mais versátil? Eles tanto poderiam ser personagens de uma história de aventura, de guerra, como de uma partida de futebol. Já na adolescência, fui um rapazote tímido, introvertido, e minha companhia continuava sendo, em boa parte do tempo, as histórias criadas pela minha mente. Só nelas eu tinha coragem de falar com as menininhas de quem gostava, ou me vingar dos moleques que me enchiam a paciência. Não raro, sou mal compreendido pelas pessoas enquanto converso, pois quando ouço uma história qualquer, tenho o hábito de olhar um ponto fixo sem ver, já que minha

Motivos para ação

Eu gostaria muito que houvesse uma mobilização tão grande contra a corrupção, contra o aumento absurdo dos salários dos nossos nobres congressistas, contra as falhas do novo código florestal, enfim, contra tanta coisa ruim que exige de fato uma postura combativa da população, quanto essa que fizeram e ainda fazem contra o kit gay e a criminalização da homofobia. Isso me faz pensar com tristeza que em nosso país o falso moralismo é muito mais forte e motivador de ações que o senso de justiça e de reconhecimento da dignidade do ser humano pelo simples fato de estar vivo e ser um igual. Definitivamente, ainda precisamos evoluir bastante.

Banalidades...

1.Eu juro que gostaria de dar um formato bem arrumadinho pra esse espaço, mas sou um completo analfabeto nessas coisas de linguagem html e demais coisas necessárias para tanto. Enquanto não crio coragem e disposição para aprender comofaz, prefiro não arriscar deixar pior do que tá (risos). 2. Férias a partir de hoje. É, não foi nenhuma coincidência justamente hoje aparecer um novo post aqui, embora não com o esmero que gostaria de apresentar aqui sempre. Mas o eu queria falar mesmo das idéias que pululam aqui na mente há algum tempo e talvez esse período de folga me permita dar forma a elas. Em primeiro lugar, já comprei uma impressora e montei um modesto equipamento de som, para ampliar o meu repertório e ensaiar como se deve para um pretenso músico pensa em se apresentar na noite. Tenho ideias fazer e promover a literatura, ou seja, escrever e estimular a escrever, sejam estudantes ou amigos próximos nos quais vejo potencial. Essa semana é pra organizar tais ideias. 3. Esse post é

Causo

- Verdade? - Juro! Dois bois num soco!

Feliz 2011

Ói eu aqui de novo depois de tanto tempo! A vida foi rolando tranqüila como um riacho de correnteza leve, quase imperceptível, e eu a deixei assim, sem registro aqui nesse canto onde eu guardo com tanto carinho minhas experiências com as palavras. O ano de 2010 passou assim, numa tranqüilidade, numa paz que há muito eu não experimentava. De 2006 a 2009 vivi muitos problemas com a família, de relacionamento, no trabalho, e a vontade de extravasar escrevendo era bem maior. Isso explica minha escassez de textos no último ano, mas também revela minha falta de gratidão com as palavras que foram muitas vezes meu alento, meu abrigo no meio das turbulências. 2010 terminou deixando em mim só essa sensação boa de que a vida não precisa ser sempre difícil. Talvez eu só tenha a lamentar nesse ano minha atitude diante dela, que foi a de ver o barco passar e não querer influenciar muito o rumo das coisas. No entanto, nem isso é uma coisa negativa. Meu coração precisava de um pouco de descanso e não