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Ciência, Religião e suas respostas insatisfatórias para nossos dias

No meu antigo blog eu já havia postado sobre como é difícil se orientar no mundo de hoje, onde a religião já não consegue dar respostas satisfatórias aos nossos anseios,  e nem a ciência, apesar de tantos avanços no conhecimento de nós mesmos e do universo, a substituiu na criação de significados, como acreditavam muitas das melhores mentes pensantes do mundo no decorrer dos séculos XIX e XX. A verdade é que a ciência, sem prejuízo das muitas respostas já encontradas, suscitou um sem número de novas perguntas que não tem, nem terá tão cedo, a capacidade de responder por completo. Esse artigo da Superinteressante, do qual transcrevo parte da introdução logo abaixo, me fez voltar a pensar no tema. Confiram; volto em seguida. "Em 2003, um grupo de cientistas italianos (de onde mais?) constatou que comer pizza poderia prevenir alguns tipos de câncer do sistema digestivo. Para chegar a essa conclusão, examinaram 3 315 pessoas com a doença e as contrastaram com outros 5 mil in

Lar

Caminhávamos em distraído êxtase de paixão. Sem perceber, atravessávamos os séculos contemplando nossos olhares, anos-luz, distâncias intangíveis, buracos negros e o encontro do meu olhar com o teu era o combustível, o caminho e a própria viagem. Lembro-me perfeitamente, embora às vezes duvide das minhas próprias lembranças, do dia em que nosso amor era tão forte, tão apaixonado e as nossas loucuras chegavam a grandes extremos. Enquanto caminhávamos a esmo – e era como se tudo fosse um grande jardim paradisíaco e nós os seus guardiões e principais habitantes – mergulhamos em um vulcão, você me puxando, eu fui sem hesitar, alcançamos o centro da Terra, incólumes por não saber do perigo de ser queimados, ou pela temperatura da nossa paixão estar acima da que fazia por lá. Éramos loucos, apaixonados loucos, redundância, eu sei, mas é para dar a noção mais próxima do que era o nosso amor. Sim, era. Foi. Já não é. Uma pena. Grande pena. *** Agora há pouco li uma lista dos luga

Quisera desfiar o tecido da vida

Quisera desfiar o tecido da vida e de cada pedaço de fio pulsante tirar o sumo, apenas - poesia latente E embriagar-me de tal bebida Como um bêbado bacante Para sair logo em seguida Mais feliz que toda gente Livre e leve na avenida

BEDA #7 - Perdemos tempo?

Lá pelos idos de 2002, quando eu era ainda um calouro na faculdade pouco habituado ao novo ritmo de estudos, ao fim de longas horas de estudo na biblioteca, escrevi um poema, uma reflexão sobre o tempo, que foi durante anos o meu predileto. Infelizmente eu acabei perdendo-o antes que eu entrasse na era digital e pudesse gravá-lo em algum arquivo de computador. Não me conformo com a perda, mas não há o que fazer a respeito. Enfim, só estou falando dele agora porque há um trecho simples do qual lembro perfeitamente e que sempre me dá um norte nos momentos de reflexão. Presenteio-vos com ele, para que o utilizem nas suas reflexões, se assim desejarem. "(...) Perdemos muito tempo... Mas nós perdemos o tempo? - O que perdemos é vida no tempo!  (...)"

BEDA #6 - A coragem de ser

Tempos atrás li uma crônica deliciosa da Clarice Lispector intitulada “Se eu fosse eu”. Transcrevo abaixo um trecho e volto em seguida: “Quando não sei onde guardei um papel importante e a procura se revela inútil, pergunto-me: se eu fosse eu e tivesse um papel importante para guardar, que lugar escolheria? Às vezes dá certo. Mas muitas vezes fico tão impressionada com a frase 'se eu fosse eu', que a procura do papel se torna secundária, e começo a pensar. Diria melhor, sentir. E não me sinto bem. Experimente: se você fosse você, como seria e o que faria? Logo de início se sente um constrangimento: a mentira em que nos acomodamos acabou de ser movida do lugar onde se acomodara. No entanto já li biografias de pessoas que de repente passavam a ser elas mesmas e mudavam inteiramente de vida.” (Quem quiser ler na íntegra, pode aqui ) É uma provocação e tanto essa, não? De vez em quando me pego pensando, digo, sentindo como a Clarice. Se eu fosse eu... provavelmente se

BEDA #5 - Da minha preguiça de gente que não pensa

Eu geralmente sou um sonhador, cheio de esperanças de que as coisas vão ser melhores, mas, ultimamente, estou meio cansado desse mundo. Nem tenho mais vontade de entrar no facebook de tanta asneira que tenho visto as pessoas postando lá. E não estou falando de burrice no sentido usual que as pessoas costumam condenar, como tropeços na ortografia, por exemplo. Isso é no máximo um pouco desconfortável, mas passa sem maiores problemas. A pior burrice que se vê por lá é das pessoas que pensam ser inteligentes ou superiores de alguma forma, tentando argumentar sobre assuntos que não passaram pelo crivo da reflexão pessoal sequer por cinco minutos. Gente que decorou algumas frases do senso comum, um trecho da pregação do pastor ou padre, ou até mesmo uma citação que leu no próprio facebook e repete em todas as suas discussões como se fosse o argumento definitivo, aquele que não dá margem a nenhuma contra-argumentação. Outro dia, por exemplo, compartilhei um texto do Dráuzio Varela sob

Beda #4 - Meu sonho de canção

Meu sonho é compor uma canção. Poderia até compor outras canções depois, ou mesmo antes, mas meu sonho é com aquela única que teria o poder especial de acordar nas pessoas o que de melhor possuem, aquela essência que faz delas seres humanos plenos, cientes do que querem no mundo e do que precisam fazer para serem felizes. Ao ouvi-la, as pessoas se dariam conta de que o amor é a resposta, o caminho, a ponte entre o eu e o outro, aquilo que pode nos trazer a paz e a felicidade. Uma canção poderosa, que soaria longe e adentraria mesmo aqueles corações mais endurecidos e embrutecidos pelos males da vida ou por longos anos de exercício do egoísmo profissional, que desarmasse o preconceito mais arraigado e o ódio mais “justificável”. Uma canção que tirasse as pessoas dos escritórios, das casas, das prisões, para cantar em uníssono, como um hino de paz e de esperança, e que depois de ser assim cantada em coro, todos se reconhecessem como irmãos de uma grande família. Sei que es