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A arte do encontro

O eterno poetinha Vinícius de Moraes dizia que a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro na vida e eu concordo plenamente. Uma primeira implicação de se ver a vida assim é que, sendo uma arte, ela exige de nós muita criatividade, um toque muito pessoal, um jeito só nosso de promover tal encontro. Mesmo partindo do princípio de que somos seres sociais e é a sociedade na qual estamos inseridos que vai determinar boa parte dos nossos comportamentos no trato com o outro, sabemos se apenas seguimos regras de uma etiqueta qualquer, podemos ser considerados seres que sabem se comportar nos espaços públicos com adequação, mas o encontro verdadeiro, aquele no qual duas almas se reconhecem, seja na amizade, seja no amor, esse aí pede muito mais. Pede empenho e liberdade de artista. O artista é aquele que cria, que vê algo novo onde ninguém mais viu, ou naquilo que todo mundo via, mas de maneira automatizada, sem atribuir significado ou valor nascido de sua subjetividade

Nomes engraçados

Oi, gentes!! Olha eu na maior cara dura já furando no segundo dia de BEDA (risos). Tive um domingo massa, cheio de coisas desde o acordar até a hora do sono, então não deu mesmo pra vir. Vou tentar compensá-los de alguma forma até o fim do mês. Vamos ao texto de hoje. Você já reparou em como os nomes e sobrenomes podem ser engraçados? Sim, sempre tem alguém fazendo piadas com sobrenomes, sobretudo em tempos de shows de comédia standup e piadinhas enviadas pelas redes sociais. Talvez até você mesmo já tenha feito piadas com os nomes de amigos ou colegas da escola e do trabalho. Mesmo assim vou me arriscar a fazer uma gracinha com o tema. Alguns nomes já são a piada pronta. Pense nas pessoas com sobrenome Pinto, por exemplo. Você que tem o sobrenome Pinto, tem que ter muito cuidado na hora de escolher o sobrenome dos filhos, senão pode sair algo como João Pinto Brochado. Esse pode ficar traumatizado pra sempre com o nome e já ter dificuldades com ereção desde o dia no qual passa

BEDA 2015 - parte 2: a missão!

E aí, pessoas queridas!! Ó aqui eu de novo na maior cara de pau depois de mais uma promessa de escrever mais descumprida! Hahaha Ontem a namorada perguntou por que eu não escrevia mais. Eu dei algumas razões possíveis, mas a verdade é que nem eu sei o porquê. Escrever é algo que eu realmente gosto de fazer, mas alguma coisa faz com que eu não dedique mais tempo a essa atividade. Talvez a melhor explicação seja que escrever está quase sempre em último lugar na minha lista de prioridades – e talvez nem seja prioridade alguma. E porque escrever dá trabalho: é preciso pensar, escolher as palavras certas, tentar antecipar algumas possíveis reações do leitor e fazer com que as palavras externem o mais fielmente possível aquilo que projetamos para o texto. Além disso, a boa prática de escrita exige do escritor para com seu texto ler, revisar, reescrever, reler e reescrever de novo até que ele fique sem erros e sem ambiguidades não planejadas. Agora imagina fazer tudo isso depois de t

Sobre o crescimento da intolerância no Brasil atual

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Está rolando um vídeo na internet comparando a reação geral aos petistas ao que ocorria os judeus na Alemanha nazista. O argumento é de que, como a propaganda nazista culpava os judeus de todas as mazelas da Alemanha à época, faz-se hoje com o petismo no Brasil. A comparação talvez seja um pouco exagerada, mas não chega a ser absurda. É preciso ter pensamento crítico pra saber que a corrupção, infelizmente, não é propriedade de um único partido, e nem a honestidade. Não existe essa divisão artificial entre nós os bonzinhos e eles os maus que devem ser eliminados para que o bem vença. Quando colocamos as coisas dessa maneira a história nos ensina que costuma não terminar bem (mas quanto hoje se dá importância ao que a história ensina?). Ao ver o nível de intolerância que toma conta das redes sociais hoje, e que muitas vezes se reflete fora dela, eu me lembro de um trecho do artigo "Uma guerra civil não é uma guerra, é uma doença", escrito por Antoine de Saint-Exupéry sobre

"Eu quero a sorte de um amor tranquilo"

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Eu vejo o amor assim: Se eu precisar lutar tanto Não tem de ser pra mim

Satisfações aos seguidores fiéis

Gente, como vocês puderam notar, meu BEDA foi pras cucuias, mas foi lindo enquanto durou. Thami, obrigado mais uma vez por me cutucar pra tentar participar. Não foi dessa vez que cumpri até o final rs. Muita atividade aqui no mundo de fora entre dar apoio a amigos em dificuldades, conhecer gente nova, confraternizar com amigos, estudar - viver, enfim. Acabou não sobrando tempo para pensar nos textos diários a que havia me proposto no início do mês.  De qualquer forma, foi lindo, como disse, e vi que não estou tão enferrujado assim para escrever. A ideia é postar ao menos 2 textos semanais em dias que ainda vou definir aqui e volto pra avisar. Mas quem me conhece sabe que tudo pode mudar a qualquer momento e que provavelmente terão semanas em que postarei 3 textos e outras nas quais não postarei nenhum.  Seja como for, o blog vive! Beijo nocês e até breve!

Se o mundo é mesmo parecido com o que vejo...

 Se o mundo é mesmo  Parecido com o que vejo  Prefiro acreditar  No mundo do meu jeito Esse trecho de Eu era um lobisomem juvenil , da Leigião Urbana, foi durante muito tempo minha frase preferida. Como vocês podem ver no meu post anterior, o meu despertar para o mundo ao passar da infância para a adolescência foi um choque profundo nas crenças que tinha como verdadeiras e universais, os princípios e valores cristãos que minha família havia me ensinado desde a mais tenra idade. Acreditava profundamente no amor e no bem e, na minha inocência, acreditava que o bem era a regra e o mal era um desvio, a exceção. Como Rousseau, acreditava que os homens nasciam bons e eram corrompidos pela sociedade - pelo "mundo", usando o vocabulário cristão. Quando eu comecei a ver que não era bem assim que a banda tocava, eu me vi perdido e sem direção, sem saber como fazer para conciliar a minha crença com o que via na realidade.  Eu era naquela época uma pessoa muito mais empática

Saio de mim *

Saio de mim e começo a me observar: Olho para todos os detalhes E não sei o que pensar Olho para o passado e Ah! Sim! Lá estou eu O menino amável que a todos conquista Correndo sem camisa no meio da rua Que nada conhecia para além da sua vista Que não fazia esforços para agradar ninguém A quem ninguém queria mal Se aproximar, também, ninguém Mas para ele não tinha importância Na verdade ele nem percebia Cercados de seus bonecos Eram sua única companhia Além dos livros, lápis, borracha... O que não conhecia, imaginava E na imaginação Seus bonecos eram personagens De um jogo de futebol Ou de uma grande aventura Tudo era muito bom e muito bonito A música sempre encontrou vida nele Um dia ele viu os outros Jogando bola de verdade E ele quis jogar bola também Ele começou a ver os outros A observar seu comportamento Não queria mais ser o que era E começou a mudar, e mudar E começou a crescer, e crescer Mas não gostou muito da mudança E começou a querer ag

Minha terapia

Hoje eu tive um dia particularmente difícil, depois de precisar resolver alguns problemas pessoais e também de receber uma resposta negativa para algo que estava aguardando.  Então eu fui jogar futebol e, normalmente, só de correr, suar, chutar a bola, já é possível descarregar bastante a tensão. Com certeza o destino sabia que hoje eu precisava de um pouco mais e eu fiz não um, não dois, mas três golaços chutando forte no ângulo - além de mais um roubando a bola do goleiro. Como disse a uma amiga, esses 3 gols fizeram mais por mim hoje do que fariam 3 meses de terapia. Mulheres, favor não implicar com o futebol dos maridos. Se vocês soubessem o bem que isso faz, o estresse que tira... Aliás, o que equivale ao futebol dos amigos no mundo feminino?  Outra coisa que costuma me desestressar é cantar. Quando tudo está desabando eu pego meu violão, vou para um canto e fico ali cantando a plenos pulmões até as coisas amenizarem. E como faz bem, também! Se nada disso der certo ai

Nunca mudará - música própria

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Resolvi deixar uma das minhas composições para hoje. Parceria com Gabriel Naveca, coelga da época da faculdade de Ciências Contábeis na UFAM - curso que abandonei pela metade. Ouçam sem moderação e compartilhem!

Dor companheira

É sempre sobre essa dor Quando oferto um sorriso Ou quando engulo o choro Bem lá no fundo Ela me faz companhia De tão presente, mal a percebo E passo os dias sem reclamar Mas há dias em que, me parece Ela se ressente pela indiferença E se esforça para mais dor ser E machuca com mais força E ainda que não queira Sou forçado a reconhecer: Muito bem, aí está você O que faço contigo, Minha única e mais fiel Companheira de todas as horas? Eu te rejeito e faço tudo pra esquecer E tu, mais dor se faz sentir Para que eu não tenha como te ignorar E como não sei chorar E como não sei gritar Eu te engulo, como choro E com a voz que me falta E tento fazer-te canto E expressar em palavras Minha exasperação noturna Para com você, Minha inimiga íntima, Minha amiga indesejada, Cúmplice do meu desespero mudo. Quando engulo um choro Ou quando abro um sorriso - Ó, minha hóspede incômoda! É só uma tentativa desesperada De arrancá-la do meu peito, Seu aposento predilet

“Há tantos caminhos, tantas portas, mas somente um tem coração”

Seguir um caminho próprio, um caminho que só eu posso seguir porque só eu sei o que vai aqui dentro. Se você já leu a citação de Nietcszhe aqui ao lado, sabe quanto o tema me é caro. Também já postei aqui o texto da Clarice Se eu fosse eu , que acho absolutamente incrível. Vezes sem conta na vida me peguei pensando no que eu faria se eu fosse eu. E aí eu entro em contradição, porque também tomei como uma das verdades da vida que somos sempre o melhor que podemos ser em cada momento.  Mas se é assim, posso me perguntar como seria se eu fosse eu ? É sem dúvida um problema complexo, e se torna ainda mais quando pensamos que o que somos é também uma colcha de retalhos das pessoas que nos ajudaram a formar a nossa personalidade. Eu sou aqueles que amo e, em certa medida, aqueles que detesto, porque esses também me ajudam a delimitar quem eu quero ser quando me mostram quem não quero ser. Dito de outro modo, eu assumo para minha vida o que vejo de melhor nas pessoas que amo ou admiro, d

Randômicas

1. Cansado demais e hoje ainda é terça 2. Esse ano ainda não soube o que é uma boa noite de sono 3. Extraí 3 sisos na sexta e meu rosto ainda está inchado 4. Também ando muito vadio pros estudos esse ano 5. Estou na vibe metamorfose ambulante, pelo menos no que tange à aparência física 6. Primeira vez na vida que fico barbudo e não acostumei ainda 7. Quando meu bigode nasceu pela primeira vez eu demorei uma eternidade pra tirar 8. Felizmente não tem muitos registros da época 9. Foi também a primeira vez que deixei o cabelo crescer 10. Eu era um cabeludo do bigodinho ralo rs 11. Tentei fazer um cavanhaque uma vez, mas não tive paciência 12. Ficou tipo bigode e barbicha rs mas até que era um visual legal 13. Pensando em tentar o cavanhaque de novo 14. Estou curtindo essa coisa de mudar e postar a foto no facebook 15. Eu que sempre fui reservado, ando exibido nas redes sociais rsrs 16. Aproveitando também essa fase de solteiro, que as pessoas comentam sem medo do que uma na

O Foguete

vai subindo para o céu vai fugindo à minha vista vai direto para o espaço vai levando a esperança de encontrar novas vidas que tenham inteligência para trocar experiências descobrir um novo mundo em que haja ausência de ódio e violência dessa grande ignorância em que caiu atualmente a nossa existência onde o imperador absoluto é a majestade amor onde à vida e ao povo dão o seu valor onde a fraternidade é a grande prioridade e não importando a idade todos têm felicidade sim, foguete, vai vai em busca desse lugar vai e não esquece de voltar volta e vem buscar o que do homem sobrar se as coisas que ele cria podem fazer este mundo em um segundo acabar vai e não demora a voltar venha nos salvar dos monstros criados por nós mesmos que à noite vêm nos assombrar mas se você quer se salvar não não volte para cá fique por lá e seja feliz por este mundo infeliz só lhe faço um pedido: lembre-se de mim que te vi partir cheio de vontade de contigo ir de

Ternura ácida (2)

Explodem em rasgos setentrionais As vigas cambaleantes dos meus prédios Vou desabar! Vou desabar! Mas não sem antes segurar tua mão E dividir contigo o peso da minha âncora Vamos juntos ao fundo do abismo Vamos juntos ao trágico fim Não vou sozinho Não vou Quero teu sangue, como quero! Derramado junto ao meu Que jorra deste peito ultrajado Por tua ternura lacerante Com um talho profundo me golpeaste E agora quedo agonizante neste vale tenebroso Mas não vou só, Não vou Sugarei teu espírito Comerei a tua carne E te levarei comigo Para o fundo do abismo Como prova de amor Do grande amor que fincaste Como estaca no meu peito Ternura ácida (1)