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Só para os loucos, só para os raros

Só para os loucos, só para os raros... Meus pensamentos não andam tão claros Meus dias passam lentos com o tédio habitual E vou por entre os prédios andando igual A um andarilho sem destino e sem teto Fora dos trilhos e de todo afeto Me entrego ao acaso repousando em qualquer canto Sigo cego de descaso saboreando o meu pranto Rimando apenas por hábito Por costume adquirido Rabiscando papéis pálidos Em momentos de delírio. Só para os loucos, só para os raros Em meu arroubo eu declaro: Só a poesia é que salva Minha vida e minha alma De passar por esse mundo Qual filme vagabundo Sem ser visto, nem notado

O último voo do ministro

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Teori morreu. Alçou seu último vôo Em meio à tempestade E suas asas sucumbiram Sob o peso do temporal Dos céus brasileiros. Por um breve lapso de tempo Ainda se teve a esperança De que ele não se tivesse ido, Que tivesse desistido no último instante E não tivesse embarcado para o fim. Mas a realidade nos deu um soco Na boca do estômago: Sim, Teori morreu! E, talvez com ele, O resto de seriedade Que se poderia esperar Das autoridades desse país; Agora somos nós, Brasileiros, Que seguimos nesse vôo às cegas Em meio às tempestades, Sem saber se nossas asas Serão fortes o bastante Para chegar ao destino almejado Mas pelo povo, Não por esses que tomaram de assalto A cabine do nosso avião Que esses, a gente sabe, Saltam de paraquedas ao menor perigo Tomando o cuidado de levar consigo O que tiver a possibilidade de ser vendido - a preço de banana – Deixando-nos à própria sorte Rumo ao iminente desastre. Teori morreu,

Não me julgue

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Não me julgue Não sou da sua jurisdição Sou eu, meu próprio juiz Quem determina minhas penas - Que são muitas e pesadas Não me condene Porque ninguém Maior competência tem Que eu mesmo Para dosar minhas sentenças Não me julgue Não me condene Ou eu te julgo e condeno Ao exílio do meu coração Até que aprendas a me aceitar como sou

A arte do encontro

O eterno poetinha Vinícius de Moraes dizia que a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro na vida e eu concordo plenamente. Uma primeira implicação de se ver a vida assim é que, sendo uma arte, ela exige de nós muita criatividade, um toque muito pessoal, um jeito só nosso de promover tal encontro. Mesmo partindo do princípio de que somos seres sociais e é a sociedade na qual estamos inseridos que vai determinar boa parte dos nossos comportamentos no trato com o outro, sabemos se apenas seguimos regras de uma etiqueta qualquer, podemos ser considerados seres que sabem se comportar nos espaços públicos com adequação, mas o encontro verdadeiro, aquele no qual duas almas se reconhecem, seja na amizade, seja no amor, esse aí pede muito mais. Pede empenho e liberdade de artista. O artista é aquele que cria, que vê algo novo onde ninguém mais viu, ou naquilo que todo mundo via, mas de maneira automatizada, sem atribuir significado ou valor nascido de sua subjetividade

Nomes engraçados

Oi, gentes!! Olha eu na maior cara dura já furando no segundo dia de BEDA (risos). Tive um domingo massa, cheio de coisas desde o acordar até a hora do sono, então não deu mesmo pra vir. Vou tentar compensá-los de alguma forma até o fim do mês. Vamos ao texto de hoje. Você já reparou em como os nomes e sobrenomes podem ser engraçados? Sim, sempre tem alguém fazendo piadas com sobrenomes, sobretudo em tempos de shows de comédia standup e piadinhas enviadas pelas redes sociais. Talvez até você mesmo já tenha feito piadas com os nomes de amigos ou colegas da escola e do trabalho. Mesmo assim vou me arriscar a fazer uma gracinha com o tema. Alguns nomes já são a piada pronta. Pense nas pessoas com sobrenome Pinto, por exemplo. Você que tem o sobrenome Pinto, tem que ter muito cuidado na hora de escolher o sobrenome dos filhos, senão pode sair algo como João Pinto Brochado. Esse pode ficar traumatizado pra sempre com o nome e já ter dificuldades com ereção desde o dia no qual passa

BEDA 2015 - parte 2: a missão!

E aí, pessoas queridas!! Ó aqui eu de novo na maior cara de pau depois de mais uma promessa de escrever mais descumprida! Hahaha Ontem a namorada perguntou por que eu não escrevia mais. Eu dei algumas razões possíveis, mas a verdade é que nem eu sei o porquê. Escrever é algo que eu realmente gosto de fazer, mas alguma coisa faz com que eu não dedique mais tempo a essa atividade. Talvez a melhor explicação seja que escrever está quase sempre em último lugar na minha lista de prioridades – e talvez nem seja prioridade alguma. E porque escrever dá trabalho: é preciso pensar, escolher as palavras certas, tentar antecipar algumas possíveis reações do leitor e fazer com que as palavras externem o mais fielmente possível aquilo que projetamos para o texto. Além disso, a boa prática de escrita exige do escritor para com seu texto ler, revisar, reescrever, reler e reescrever de novo até que ele fique sem erros e sem ambiguidades não planejadas. Agora imagina fazer tudo isso depois de t

Sobre o crescimento da intolerância no Brasil atual

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Está rolando um vídeo na internet comparando a reação geral aos petistas ao que ocorria os judeus na Alemanha nazista. O argumento é de que, como a propaganda nazista culpava os judeus de todas as mazelas da Alemanha à época, faz-se hoje com o petismo no Brasil. A comparação talvez seja um pouco exagerada, mas não chega a ser absurda. É preciso ter pensamento crítico pra saber que a corrupção, infelizmente, não é propriedade de um único partido, e nem a honestidade. Não existe essa divisão artificial entre nós os bonzinhos e eles os maus que devem ser eliminados para que o bem vença. Quando colocamos as coisas dessa maneira a história nos ensina que costuma não terminar bem (mas quanto hoje se dá importância ao que a história ensina?). Ao ver o nível de intolerância que toma conta das redes sociais hoje, e que muitas vezes se reflete fora dela, eu me lembro de um trecho do artigo "Uma guerra civil não é uma guerra, é uma doença", escrito por Antoine de Saint-Exupéry sobre