Só para os loucos, só para os raros
Só para os loucos, só para os raros... Meus pensamentos não andam tão claros Meus dias passam lentos com o tédio habitual E vou por entre os prédios andando igual A um andarilho sem destino e sem teto Fora dos trilhos e de todo afeto Me entrego ao acaso repousando em qualquer canto Sigo cego de descaso saboreando o meu pranto Rimando apenas por hábito Por costume adquirido Rabiscando papéis pálidos Em momentos de delírio. Só para os loucos, só para os raros Em meu arroubo eu declaro: Só a poesia é que salva Minha vida e minha alma De passar por esse mundo Qual filme vagabundo Sem ser visto, nem notado