À Belchior
Se as palavras cortam, poeta
Meus versos são um pouco mais
São caniversos suíços
Que trago ao alcance da mão
para qualquer ocasião
(A velha tentação de rimar
pode cegar as lâminas,
mas sigamos em frente)
Trago sempre comigo
Mas raramente lanço mão
Pois que sou aprendiz
E, no seu manejo,
Mais me golpeio e lacero
Do que poderia fazer a outrem
Das cicatrizes que aqui vês
Como esses talhos no peito
Muitas são marcas deixadas
Pelos meu embates,
Minhas tentativas frustradas
De golpear com meus caniversos
Por isso, poeta
Meu canto torto guardo calado
Que de tão torto, feito faca
É minha carne que corta
Meus versos são um pouco mais
São caniversos suíços
Que trago ao alcance da mão
para qualquer ocasião
(A velha tentação de rimar
pode cegar as lâminas,
mas sigamos em frente)
Trago sempre comigo
Mas raramente lanço mão
Pois que sou aprendiz
E, no seu manejo,
Mais me golpeio e lacero
Do que poderia fazer a outrem
Das cicatrizes que aqui vês
Como esses talhos no peito
Muitas são marcas deixadas
Pelos meu embates,
Minhas tentativas frustradas
De golpear com meus caniversos
Por isso, poeta
Meu canto torto guardo calado
Que de tão torto, feito faca
É minha carne que corta
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