Uma aventura com a minha banda de pagode - BEDA - 3º dia
Olá,
pessoas!!! Chegamos ao terceiro dia do desafio. Hoje quase usei meu coringa
aqui, um poema meio ácido que escrevi há algum tempo e deixei amadurecendo na gaveta...
até o fim do mês eu posto. Mas vamos ao que interessa.
Juro que
estou tentando em trazer um tema mais útil aqui pra esses escritos, mas por
enquanto vocês terão que ficar mesmo com minhas histórias. Espero que estejam
achando interessantes. Continuando nesse ritmo, ao fim do mês vocês saberão
todas as minhas 10 histórias legais e eu não vou ter mais assunto pra conversar
pessoalmente quando encontra-los (risos).
Os 5 gatos
pingados que acompanham esse blog sabem que eu já toquei numa banda de pagode.
Contei uma história dessa época aqui (clique no aqui pra ler, vale à pena) e
hoje contarei outra boa – ou pelo menos eu acho boa.
Não lembro se
eu disse da outra vez, mas o nome da banda era Swing do Samba. Original, né?
Parabéns pra nós rsrs. Quando se passou essa história que vou contar hoje, nós
já estávamos algum tempo tocando, já tínhamos tocado em todas as 2 casas de
show do bairro e em alguns festivais juninos, ou seja, estávamos fazendo um
relativo sucesso. Tanto que recebemos convites para tocar fora do bairro, em
comícios e festas de rua, coisas do tipo.
Atendendo a
um desses convites, fomos tocar em uma festa junina de rua no bairro do Lírio
do Vale, próximo ao terminal de algumas linhas de ônibus que eu não lembro
agora. Na verdade nem lembro se é Lírio do Vale mesmo ali. Sei que tem um campo
de futebol lá perto do terminal desses ônibus. E sei que naquela época, lá
pelos meus 16 anos, aquilo estava muito além das minhas fronteiras, pois meu
mundinho se resumia ao Santo Antônio, onde morava, ao bairro da Glória até a
praça, onde ia aos finais de semana comer pastel ou jogar futebol com a turma,
e ao Centro, que era onde estudava e ia comprar roupas e outras coisas que
precisava. Pois bem, aceitamos esse convite, mesmo sem saber direito o que nos
esperava, tudo pelo rico cachê que era aproveitar as guloseimas e beber alguma
coisa de graça na festinha – eu bebia só água e refrigerante nessa época rs.
Nossa
aventura já começou na ida. Não conseguimos um carro grande pra levar a turma e
os instrumentos e acabou que decidimos, por pura falta de opção, ir no
fusquinha do seu Jurandir em duas viagens, porque além da banda ser numerosa,
tinha os instrumentos e tudo – porque se fossemos só os integrantes, ainda
daria pra dar um jeito de ir todo mundo numa viagem só. Você que já teve um
fusquinha ou tem um amigo que teve, sabe do que ele é capaz. Desafia-se as leis
de Newton pra caber, sei lá, 10 pessoas em um fusquinha, celtinha ou outros
carrinhos básicos. Quem nunca?
Pois bem, fui
na primeira leva. Estava difícil até pra respirar com tanta gente ocupando o
mesmo espaço, mas mesmo assim estava todo mundo animado, conversando e rindo
horrores. Até que, já chegando ao local do evento, o fusquinha empacou em cima
de um quebra-molas. Ainda lembro o barulho que fez quando o assoalho do
carro arrastou no quebra-molas e ficamos balançando pra frente e pra trás, sem
conseguir sair do lugar. Imaginem a cena! Daí saímos e empurramos, tudo era
motivo de riso e mais brincadeiras. Logo chegamos ao local combinado e ficamos
esperando os demais. Lembro que a segunda leva demorou a chegar e a gente já
estava ficando preocupado quando vimos o pessoal dobrando a esquina e chegando
a pé – o fusquinha tinha pregado lá perto. A noite tinha começado bem.
Tocamos,
comemos, bebemos e nada demais aconteceu aí – não que eu me lembre pelo menos. A
história que eu queria mesmo contar começa agora. Preparem os seus corações,
que virão momentos de pura tensão e suspense. Tcham tcham tcham tcham!!!
Terminamos a
apresentação já bem tarde da noite e voltaríamos de ônibus, já que o nosso meio
de transporte estava avariado. Eram já, sei lá, 23h30min e imaginamos que o
último ônibus deveria sair da estação 00h00min. Não lembro bem porque, mas não
ficamos lá na estação final do ônibus, fomos caminhando até uma parada que
ficava um pouco mais à frente, numa rua que tinha residências de um lado e um
matagal do outro. Ficamos na parada do lado do matagal. Estávamos lá, em torno
de 8 a 10 pessoas, não lembro ao certo, cada qual com seu instrumento (violão,
baixo, cavaco, tantã etc.) na maior bagunça, quando de repente passa do outro
lado da rua um indivíduo com uma cara de galeroso, com aquele andar de abana
cú, encarando-nos com aquela marrentice própria desses tipos. Sozinho. Ainda
lembro o silêncio que ficou quando todos olhamos para a insolência daquele rapaz.
Daí alguém comentou, acho que o Denis, se a gente deveria dar uma lição nele logo
ali. Alguém do grupo comentou que talvez ele fosse de alguma galera e se passou
encarando desse jeito poderia voltar com o pessoal dele pra pegar a gente.
Todos achamos bem razoável essa possibilidade e ficamos quietos mesmo, se bem
que eu ficaria quieto de qualquer jeito, porque sempre fui da paz.
Passou o
tempo e nada de o ônibus passar. Uma espécie de terror começou a nos assaltar,
com a possibilidade de não ter mais ônibus misturada ao temor de que os
galerosos amigos do moleque marrento brotassem do mato e viessem ali nos pegar
e roubar nossos instrumentos. Então, resolvemos ir andando até a rua principal,
que não ficava tão perto assim, mas também não tão longe, pra ter mais opções
de ônibus ou, em último caso, rachar táxis de volta pra casa. E assim fomos
caminhando. Lembrando a vocês, eram casas de um lado, matagal de outro. A rua
era meio de subida e lembro que no meio do caminho, a gente sempre com aquela
animação, brincando, falando alto, alguém viu as fatídicas sombras lá no alto,
onde a rua fazia uma curva. Eram os galerosos vindo nos pegar, logo pensamos.
Pelas sombras, pareciam muitas cabeças. E agora? Após uma breve conferência,
decidimos continuar andando, afinal poderiam ser apenas moradores andando. Em
último caso, usaríamos nossos instrumentos como arma. Estava até com pena ao
imaginar o violão se quebrando na cabeça de um galeroso, pensando no
desperdício que seria. A cada passo que dávamos, a tensão aumentava mais.
Lembro que de novo o silêncio fez-se quase sólido quando fomos chegando mais
perto do lugar onde estavam as sombras, mas elas permaneciam imóveis. E agora?
Seguimos
andando. Até encontrar a cerca que protegia um terreno abandonado e que o medo
nos fez pensar que seriam as cabeças de nossos algozes hehehe. O que o medo não
faz, né?
No fim
conseguimos falar com um amigo que foi nos buscar em uma D20 e tudo terminou em
samba na capota do carro rs.
E aí, temeram
pela nossa integridade física? Gostaram do meu drama? Comentem, contem algo que
o medo fez vocês verem onde não existia nada também.
Até amanhã,
gente!
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