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TV x Contador de Histórias

No início do conto O Adeus do navegante , de Milton Hatoum, o velho navegante chega de viagem e manda desligarem a televisão para contar um causo. A história que ele conta é sobre um duelo, mas o conto de Hatoum é sobre outro duelo: o do título deste post. Ela se passa num tempo em que a televisão ainda causava fascínio por ser novidade e privilégio de poucos, mas a imagem do homem que chega e manda desligar a televisão para que o ouçam causa maior fascínio ainda, pelo menos em mim. Ao ler sobre como as famílias se reuniam para ouvir a leitura de um romance ou para alguém contar histórias, sinto uma imensa vontade de ter vivido nessa época. Quando imagino uma cena como a do patriarca no conto de Hatoum sinto que há nela uma atmosfera mágica, as palavras saindo da boca e a imaginação dos ouvintes aguçada tentando visualizar o que está sendo contado. Lembro que na infância, quando faltava energia elétrica, meu avô Amaral contava algumas de suas histórias: de suas pescarias,

Herança

Andando pelo mundo dos homens, vi a cor escura no seu olhar transbordando um sentimento desconhecido. Sem me apavorar, peguei a lupa da sensibilidade e examinei cada minúscula partícula desse olhar: Não havia febre, Não havia frio, Talvez houvesse dor e até paixão; Mas como medir Se não soube ouvir os ruídos do seu silêncio? Um dia foste embora. De todas as palavras que deixaste, De todas que fui capaz de guardar, Nenhuma me disse mais que aquele silêncio profundo, e aquela escuridão do seu olhar. Neles, o mistério do teu ser; Neles, o tesouro - ou a maldição - que não soube alcançar; Neles, a tua única força capaz de tocar minha alma. Daquilo que vivemos, essa é a minha maior herança.

Música que não sai da cabeça...

Por onde? Eliana Printes Composição: Kléber Albuquerque/Táta Fernandes Por onde passará o amor se a ponte quebrar? Será que vai por água baixo ou aprende a voar? Se vai voar até o infinito Se esquecer de continuar Ou vai fincar o pé na margem e acenar Para um ponto qualquer no horizonte Ou vai descer o rio até chegar no mar Ou se o amor é a própria ponte Amor, me diga Ai, amor, me conte Por onde passará o amor se a ponte quebrar? Será que vai por água baixo ou aprende a voar? Se vai pagar pra ver a flor do abismo desabrochar Ou vai se consumir até se consumar Ou vai cair em si do último andar Saí sem ter paradeiro nem hora pra chegar Vou conhecer o mundo inteiro e se você chamar Com meu cavalo ligeiro volto pra te buscar ...

Trechos da entrevista aos membros da comunidade Pequeno Príncipe no orkut - II

Vi seu amor por Manaus, me deu até vontade de conhecer, ehehehehe... Se a cidade sumisse do mapa, qual seria sua melhor lembrança dela??? Tenho problemas para classificar algo como melhor ou pior, mais ou menos, mas... A Manaus da minha infância é muito diferente da de hoje. Criança, eu tomava banho no Tarumã. Hoje é uma área residencial, o igarapé tá poluído. A cachoeira das almas é outra lembrança boa. A própria Ponta Negra, que já foi o principal balneário daqui, hoje é poluída demais, embora ainda há quem tome banho. De certa, forma a minha Manaus já me escapa um pouco pelos dedos. Mas com certeza ficariam o Teatro Amazonas, a Igreja São João Batista, o Palácio Rio Negro, a imagem do Porto de Manaus, da escadaria, o porto de São Raimundo, as pessoas embarcando e desembarcando. A Praça do Carangueijo, onde já namorei, fechei todos os bares com amigos, comemorei vitórias, derrotas, assisti jogos do Flamengo. O colégio IEA antes da reforma, onde estudei por 3 anos e fiz amizades incrí

Trechos da entrevista aos membros da comunidade Pequeno Príncipe no orkut

Semana passada eu fui entrevistado pelos membros da comunidade do Pequeno Príncipe no orkut. Cada semana um dos membros é entrevistado por todos. Como o pessoal me colocou pra pensar mesmo e acabei gostando de algumas respostas, resolvi postar trechos aqui no blog. Aí vai o primeiro: O que vc aprendeu com o último relacionamento? Tantas coisas que não caberiam nessa entrevista inteira, Tânia. Em primeiro lugar eu aprendi o que é um amor de verdade. Havia cumplicidade. Havia sinceridade. Havia diálogo. Havia duas pessoas que partilhavam tudo, que queriam sinceramente ser um. Eu me relacionei com uma grande pessoa que, apesar de todas as nossas diferenças, me ensinou muito sobre a vida e com quem aprendi muitas coisas juntos. Foi a primeira pessoa com quem fiz amor (veja bem: amor e não sexo apenas); foi com quem partilhei os melhores e os piores momentos durante quatro anos; foi uma pessoa que, com as suas limitações, fez de tudo pra me ver feliz e so doou por inteiro ao relaci

Contatos músicais

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Procurando possíveis parcerias pela internet olha só os músicos que encontrei: Trata-se da dupla Moppy e Witje, que foi adestrada pela fotógrafa Ellen van Deelen, de 51 anos. Mais informações, vejam a notícia clicando aqui: BBC Brasil

De como decidi cantar na noite

Como prometi no twitter , vim falar sobre a apresentação de sábado. Na verdade essa história de tocar na noite vem amadurecendo desde o ano passado, quando eu e o meu amigo Vítor começamos a conversar sobre a possibilidade de tocarmos juntos. Eu toco e canto e ele idem, e nossos repertórios são diferentes, daí pensamos que a soma daria um bom resultado. Eu estou mais na área de mpb e rock anos 80; ele já conhece as mais atuais e sertanejo, coisas que o pessoal também pede, dependendo do local. Nós iríamos tocar em uma choperia perto da casa da minha mãe (na época eu morava lá, ainda) em janeiro, mas uma gripe e vários contratempos atrapalharam nossos planos. Dessa época nós só tivemos alguns poucos ensaios e um pequeno repertório montado. O tempo passou, eu voltei a estudar, ele estava trabalhando muito e a ideia foi ficando adormecida. Aí, há algumas semanas atrás ele conheceu a cantora Eva Pinheiro, que já está a alguns anos cantando na noite, quando esta fazia uma apresentação na em

Meu perfil no orkut: tá bonitinho, não tá?

Bem, eu sou o Carlos Augusto, mas os mais íntimos me chamam de Guto. Eu gosto do meu nome e do apelido tbm, mas prefiro que a pessoa me chame pelo nome que conheceu. Não sei de muita coisa, geralmente me interesso por coisas que tenham significado essencial para mim. Talvez por isso não entenda nada de carros, muito pouco sobre finanças ou economia, mal conheço a cidade onde moro, mas sou capaz de me enternecer com um cartão recebido no aniversário de 16 anos, ou ouvindo músicas que me lembram pessoas queridas, entre outras coisas do tipo. Sou muito tímido, dificilmente inicio uma conversa e no meio de muita gente eu geralmente fico calado, o que sempre foi um problema na hora de arrumar namoradas, rs. Entretanto, se me torno seu amigo, sou uma pessoa transparente e vc saberá tudo de mim; por isso escolho a dedo meus amigos, pois não sou muito de ter segredos e gosto de confiar inteiramente nas pessoas com quem me relaciono. Sou um amigo fiel e leal e geralmente me torno confidente das

É nóis na fita, mano!

Amigos, no sábado o point é no Parque dos Bilhares, o Confrade Café Bar, onde estarei fazendo uma apresentação com voz e violão apartir das 20hs. Compareçam, digam que me amam, cantem junto e façam bracinho, tá bom? Até lá!

News

1. Daqui a algumas horas, estarei me apresentando no Confrade Café & Bar , localizado no Parque dos Bilhares bem na entrada pela Djalma Batista. A apresentação de voz e violão, é minha primeira desde que decidi cantar profissionalmente no final do ano passado. Vinha adiando, adiando, e daí resolvi por um impulso começar o quanto antes, mesmo sem pasta de repertório, aparelhagem ou planejamentos de qualquer ordem. Que a força dos acasos me tragam boa sorte! 2. O fato de estar morando sozinho me deu uma tranquilidade e tempo que nunca tive para ler e escrever. O resultado é que as ideias pululam por todos os cantos da mente e qualquer pequeno acontecimento cotidiano já se torna ideia e embrião de um novo texto, seja conto, poema, crônica ou qualquer outro formato que eu venha a utilizar. No momento são dois os principais projetos literários: um conto sobre infidelidade e um romance sobre a amizade de um padre e um adolescente que aspira a vida religiosa. Mais detalhes nos próximos c

Ai ai ai...

Se uma mulher cantasse Case-se comigo da Vanessa da Mata pra mim, eu casaria na mesma hora. Aliás se uma mulher cantasse e compusesse como a Vanessa da Mata, eu mesmo pediria em casamento. Pensando bem, alguém tem o e-mail, celular, orkut da Vanessa da Mata?

A insustentável leveza do ser

Sim, sim, esse é o nome do livro do Milan Kundera. Aliás, livro maravilhoso! Comecei a ler no fim-de-semana e não consigo largar. Veio a calhar com o meu momento. Providência divina? Destino? Sei não. Acho que as coisas estão sempre ligadas. Sempre com algum propósito misterioso. A vida tem um jeito estranho de nos levar pra onde ela quer. Aliás, vou já criar um post falando sobre isso, que é outro assunto. Vim aqui, agora, pra postar um texto meu que já postei no blog antigo, pois o texto do Kundera me lembrou muito ele. Aí vai: Um caminho Ele caminhava: mãos no bolso, cabelo ao vento, cheio de uma liberdade tão plena que chegava a oprimir (porque a liberdade pode ser tormenta para quem não a conquista com luta, suor e sangue). Caminhava, passos lentos, reflexivos como ele todo. Caminhava e era como se não estivesse ali, como se pisar o chão fosse uma opção, como se viver na Terra ou em outra galáxia fosse nada mais que uma opção, tal era a dimensão da liberdade que o aplacava. As pes

Você conhece o seu lugar?

Ontem eu fiquei até bem tarde assistindo televisão. Normalmente não assisto TV, mas como tô sem internet, acaba sendo o jeito assistir os canais da NET mesmo (com o perdão do trocadilho)... As oportunidades para uma reflexão nos surgem das mais variadas formas e é muito provável que se estivesse com internet não assistisse ontem ao debate na TV UFAM (Universidade Federal do Amazonas) que só me chamou a atenção pela presença do poeta Thiago de Melo - o autor do famoso poema Os Estatutos do Homem. O poeta, um amazonense de Barreirinha, município do interior do estado, viajou o mundo na época da ditadura, período no qual esteve preso duas vezes, lutando pela instauração de uma sociaedade mais justa e igualitária. Foi amigo íntimo de Pablo Neruda, trabalhou com Allende no Chile e com o golpe de Pinochet foi parar na Alemanha, como professor de Literatura da América Latina. Pois foi justamente partindo da sua experiência ao travar conhecimento com os alunos alemães que Thiago de Melo troux

Divulgando...

Pessoas, alguém aí gosta de histórias sobre zumbis? Alguém aí já ouviu falar no dia Z, ou já se prepara pra uma catástrofe do tipo Resident Evil ou coisa parecida? Bem, pode parecer estranho, mas eu estou escrevendo junto a outros dois amigos um diário de como reagiríamos caso isso realmente acontecesse. É um exercício interessante e foi o que me fez voltar a escrever depois das crises de ansiedade que vinha tendo desde maio. Trata-se do blog Apocalipse dos mortos: diário dos sobreviventes . Querendo, dêem uma olhada por lá de vez em quando. Já postei alguns textos lá e a história já está rolando. Alguém interessado? Se quiserem participar da experiência, ainda está no início, podemos conversar. Espero voltar aqui em breve com um novo texto. Um abraço, pessoas. P.S. Quem ainda não votou no Experimentando-me - e quiser votar, lógico - o prazo para votação popular está acabando.

40 lembranças de escola

1. Já fui o melhor aluno da turma (da primeira à quarta série). 2. Da primeira à terceira, estudei na escola São Francisco, uma escola construída pela associação do bairro onde morava. O meu avô era tesoureiro e eu dei minha contribuição na construção dela. Ajudei a quebrar a pedra brita com meu martelinho, rs. 3. Nessa época, fui apaixonado por uma coleguinha de classe, a Hecsandra (nem me lembro se era assim que escrevia). Ela nunca soube. 4. Por ela eu arranjei minha primeira briga na escola. 5. Um colega daqueles mais bagunceiros mexeu com a melhor amiga dela, a Ana Catarina; ela foi defender, o menino engrossou pro lado dela e foi aí que eu me meti na história. 6. Aos 8 anos eu era mais valente que hoje. 7. Ele prometeu me pegar na saída. 8. Do lado de fora da escola ele veio cumprir a promessa. 9. Muitas crianças fizeram uma roda. 10. Não precisei mover um dedo. Dois colegas que eu nem sabia que gostavam de mim deram conta do indivíduo. 11. Foi uma das poucas aventuras que vivi n

Coisas da (pós-) modernidade

Você tomaria remédios se soubesse que poderia ficar mais inteligente? Pois já existe um grande número pessoas tomando remédios tarja preta para aumentar a concentração e a produtividade, seja no ambiente de trabalho, seja entre estudantes, segundo reportagem da revista Época da semana passada. Essa tendência já recebeu até apelido: neurocosmética. Bem, ainda segundo a matéria, os remédios não vão deixar ninguém mais inteligente, pelo menos por enquanto. No máximo aumentam a concentração, estimulam a fluência verbal (oral e escrita) e aumentam a disposição, o que seriam aspectos positivos. Ou seja, vai potencializar as habilidades de quem já as possui. Daí surgem as questões éticas: não seria equivalente ao dopping nos esportes? Por outro lado – e nisso a matéria ficou devendo – qualquer droga causa efeitos colaterais, o que deve ser levado em conta no custo x benefício do seu uso. Uma última informação relevante da matéria: no futuro pode se tornar corriqueiro o uso de tais remédios.

Experimentando-me indicado ao Top Blog!(?)

Com um pouco de atraso venho explicar o selo aí no canto esquerdo. Aconteceu mais ou menos assim: na metade de abril recebi um e-mail avisando que este blog foi indicado ao prêmio Top Blog . No primeiro e-mail, não dei muita bola. Quando recebi o segundo resolvi ver do que se tratava. No terceiro aviso resolvi cadastrar o blog. Daí fiquei pensando em como este humilde, pouco atualizado e, por isso mesmo, não tão popular blog teria sido indicado ao tal prêmio. A seguir as opções mais prováveis a que cheguei: 1. Extraterrrestres (tem hífen?) interessados em estudar o comportamento humano de alguma forma simpatizaram com as coisinhas que escrevi por aqui e resolveram me indicar ao tal prêmio para ver quantas pessoas deste mundo simpatizam com meus escritos. 2. Cientistas da NASA descobriram minha identidade secreta e minha ligação com a tribo dos Carambolas (nome científico: pequenus principus carambolísticus) e indicaram meu blog ao prêmio para estimar pela quantidade de votos recebidos

Que vida boa!

Ontem enquanto conversava com minha mãe e assistia ao DVD da dupla Víctor e Léo, me passou uma coisa pela cabeça ao ouvir a música Vida boa : encontrar a felicidade passa por encontrar o seu lugar no mundo. Um lugar mesmo, real, não uma metáfora, onde possa se sentir à vontade, ao qual pertença e se sinta parte integrante. Outra música do novo CD deles, Deus e eu no sertão , me faz ter uma inveja danada desse Victor Chaves: " Nunca vi ninguém Viver tão feliz Como eu no sertão " Gente, há tanto amor pelo sertão e pelas coisinhas simples que o fazem feliz que dá vontade de largar tudo e ir morar nesse sertão aí dessas músicas dele! Ao contrário do que possa parecer, não sou fã de música sertaneja, nem da dupla, mas gosto de música boa e de gente que ama as coisas simples da vida. Depois de prestar a atenção a essas duas músicas, passei a achar o Victor - que é quem compõe as músicas - um cara bacana. Pelo menos quando compõe, rs... Um abraço, pessoas! Boa semana pra vocês!

Foz

Nas minhas veias corre um amor que é como um rio caudaloso em correnteza que ainda não encontrou onde desembocar suas águas e vive por aí vencendo obstáculos a procura do mar imenso ou de outro rio que possa levar suas águas até ele. - Onde andará você, destino das minhas águas?

Opportunity

Sabe, há dias em que parece que o universo inteiro quer te dizer algo. Ou pelo menos, de repente, é você quem passa a prestar a atenção a certas mensagens que sempre estiveram aí, mas só agora se tornaram úteis. Ou as duas possibilidades e mais alguma que você, amigo ou amiga do blog, venha a pensar. Estou lendo Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres, de Clarice Lispector, e ontem li o seguinte trecho: "Não posso ter uma vida mesquinha, porque ela não combina com o absoluto da morte" Essa é a conclusão da personagem Lóri, depois de uma longa reflexão sobre vida e morte, na qual a última é vista como uma passagem para uma forma mais plena de existir, digamos assim. Dito isso, viver seria a espera e a preparação para a morte que, para a personagem, era desejável, não para escapar do mundo, mas por ser "como os primeiros calores frescos de uma nova estação". Isso por si já me deu uma vontade enorme de viver e de fugir da mediocridade de apenas sobreviver. Então, ag