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Mostrando postagens de junho, 2017

À Belchior

Se as palavras cortam, poeta Meus versos são um pouco mais São caniversos suíços Que trago ao alcance da mão para qualquer ocasião (A velha tentação de rimar pode cegar as lâminas, mas sigamos em frente) Trago sempre comigo Mas raramente lanço mão Pois que sou aprendiz E, no seu manejo, Mais me golpeio e lacero Do que poderia fazer a outrem Das cicatrizes que aqui vês Como esses talhos no peito Muitas são marcas deixadas Pelos meu embates, Minhas tentativas frustradas De golpear com meus caniversos Por isso, poeta Meu canto torto guardo calado Que de tão torto, feito faca É minha carne que corta