Postagens

Mostrando postagens de janeiro, 2017

Só para os loucos, só para os raros

Só para os loucos, só para os raros... Meus pensamentos não andam tão claros Meus dias passam lentos com o tédio habitual E vou por entre os prédios andando igual A um andarilho sem destino e sem teto Fora dos trilhos e de todo afeto Me entrego ao acaso repousando em qualquer canto Sigo cego de descaso saboreando o meu pranto Rimando apenas por hábito Por costume adquirido Rabiscando papéis pálidos Em momentos de delírio. Só para os loucos, só para os raros Em meu arroubo eu declaro: Só a poesia é que salva Minha vida e minha alma De passar por esse mundo Qual filme vagabundo Sem ser visto, nem notado

O último voo do ministro

Imagem
Teori morreu. Alçou seu último vôo Em meio à tempestade E suas asas sucumbiram Sob o peso do temporal Dos céus brasileiros. Por um breve lapso de tempo Ainda se teve a esperança De que ele não se tivesse ido, Que tivesse desistido no último instante E não tivesse embarcado para o fim. Mas a realidade nos deu um soco Na boca do estômago: Sim, Teori morreu! E, talvez com ele, O resto de seriedade Que se poderia esperar Das autoridades desse país; Agora somos nós, Brasileiros, Que seguimos nesse vôo às cegas Em meio às tempestades, Sem saber se nossas asas Serão fortes o bastante Para chegar ao destino almejado Mas pelo povo, Não por esses que tomaram de assalto A cabine do nosso avião Que esses, a gente sabe, Saltam de paraquedas ao menor perigo Tomando o cuidado de levar consigo O que tiver a possibilidade de ser vendido - a preço de banana – Deixando-nos à própria sorte Rumo ao iminente desastre. Teori morreu,

Não me julgue

Imagem
Não me julgue Não sou da sua jurisdição Sou eu, meu próprio juiz Quem determina minhas penas - Que são muitas e pesadas Não me condene Porque ninguém Maior competência tem Que eu mesmo Para dosar minhas sentenças Não me julgue Não me condene Ou eu te julgo e condeno Ao exílio do meu coração Até que aprendas a me aceitar como sou