O último voo do ministro

Teori morreu.
Alçou seu último vôo
Em meio à tempestade
E suas asas sucumbiram
Sob o peso do temporal
Dos céus brasileiros.
Por um breve lapso de tempo
Ainda se teve a esperança
De que ele não se tivesse ido,
Que tivesse desistido no último instante
E não tivesse embarcado para o fim.
Mas a realidade nos deu um soco
Na boca do estômago:

Sim, Teori morreu!
E, talvez com ele,
O resto de seriedade
Que se poderia esperar
Das autoridades desse país;
Agora somos nós,
Brasileiros,
Que seguimos nesse vôo às cegas
Em meio às tempestades,
Sem saber se nossas asas
Serão fortes o bastante
Para chegar ao destino almejado
Mas pelo povo,
Não por esses que tomaram de assalto
A cabine do nosso avião
Que esses, a gente sabe,
Saltam de paraquedas ao menor perigo
Tomando o cuidado de levar consigo
O que tiver a possibilidade de ser vendido
- a preço de banana –
Deixando-nos à própria sorte
Rumo ao iminente desastre.

Teori morreu,
Mas nós ainda poderemos viver;
Tomemos a cabine
Atiremos os vendilhões ao mar
E tomemos nas mãos o controle do nosso vôo.

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