Sobre Timidez, livros e leitura - Blog Everyday April - 1º dia


Pessoas, cá estou de novo tentando dar uma sobrevida ao meu combalido blog. Tudo culpa da Thami que me veio de novo com essa ideia maluca de blogar todos os dias de abril – a primeira vez foi em 2013 e não consegui cumprir o desafio. Como daquela vez, convoco as graças do honorável Santo Beda para me trazer inspiração e iluminar os pensamentos. Daquela vez ele não me ouviu muito, ou foi eu que não o ouvi, mas vai que dessa vez dá liga!

Pra começar, deixem-me falar um pouco dos últimos dias. (Ah, sim, esqueci de avisar que, como ando sem prática de escrita, isso aqui pode virar um diário – fiquem avisados.) Voltando: esse ano tenho andado meio preguiçoso pra ler (leia-se preguiçoso e meio, e se quiser elevar ao quadrado não será exagero). Iniciei o ano lendo um livro ótimo do Rubem Fonseca, Vastas emoções e Pensamentos Imperfeitos, mas só fui concluir a leitura na metade de fevereiro. Lento demais até para os meus padrões. Daí empolguei e li Órfãos do Eldorado, do Milton Hatoum em 2 (dois) dias. Mas também não foi difícil porque, além de ser fã do Hatoum, o livro tem apenas 112 páginas. E de lá pra cá só mais algumas páginas de Dois Irmãos, também do Hatoum, que resolvi reler antes de sair a série da globo. Muito pouco para um amante da literatura e estudante de Letras.

Aqui chegamos aos últimos dias. Estou cursando na faculdade este período uma disciplina chamada Teoria e Prática da Leitura e a professora, para dinamizar as aulas, resolveu escolher 3 pessoas para levar alguma de suas leituras preferidas para a turma, que poderia ser um poema, crônica, trecho de romance, enfim, um texto para ser recitado em sala de aula. Acontece que na aula passada ela me escolheu para ser uma dessas pessoas.

Deixa contextualizar um pouquinho as coisas para vocês: uma das minhas músicas preferidas é Certas Coisas, do Lulu Santos, não só porque ela é linda, mas porque fala lindamente sobre uma timidez que é a minha. Minha música da adolescência era Timidez, do Biquíni Cavadão. Super me identifiquei com a crônica Vergonha de Viver, da Clarice Lispector, quando ela pede desculpas por tomar um lugar no espaço, ou por ser ela mesma. Sim, eu sou dessa classe de gente que pede licença para existir.

Pois é, o pânico já vai começando quando sei que vou ter que ficar no centro de qualquer ambiente para falar ou ler algo. Mas daí eu já desenvolvi as minhas defesas, afinal, são 30 anos com experiência em timidez. Eu simplesmente esqueço essa obrigação e vou adiando o momento do confronto com o inevitável, o momento do drama, de suar horrores, de tremer e gaguejar até conseguir controlar a respiração e, enfim, dominar o nervosismo e terminar bem a tarefa. Acontece que, esquecendo o momento, esqueci-me de escolher o texto, e eu tive duas semanas para isso. Lembrei na segunda e de lá pra cá saí revirando vários livros da minha estante na busca de um texto que não fosse tão batido, mas que fosse lindo e agradasse a todos. Isso era para hoje e ontem ainda não havia escolhido!

E haja folhear livros, ler, reler, me enternecer lembrando como aquele texto havia me tocado no passado, outras vezes percebendo qualquer coisa que não havia percebido na leitura anterior, de modo que assim, na marra, fui refazendo as pazes com a leitura, reencontrando aquele antigo prazer em ler que não vinha apenas do hábito ou da obrigação, prazer esse que em algum ponto se perdeu e já não estava sendo tão intenso assim. Será que já estou falando bobagens? Relevem se estiver falando, deixem na conta do BEDA rs.

Enfim, acabei relendo um monte de coisas legais e até encontrando coisas novas, como um livro maravilhoso do Roberto Freire, Ame e dê vexame, que achei em Word pela internet e do qual eu só conhecia o poema Para quem vier a me amar. Havia escolhido para ler Manga com leite, que achei lindo, mas acabei lendo mesmo o primeiro que pensei, que era  o texto Agora em silêncio, da Rita Apoena, por ser mais curto e menos difícil de prender a atenção do pessoal, além de igualmente lindo.

Nem preciso dizer que li tremendo como vara verde, preciso? Mas cumpri bem a tarefa e acho que o texto agradou a todos (só acho, porque não conseguia tirar os olhos do papel por nada hahaha).

Acho que chega por hoje, né?

Até amanhã!!


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