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10 dias em Tabatinga

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Às 09:30 da manhã do dia 23 de maio, o piloto do vôo da Trip descrevia os procedimentos de emergência enquanto a bela aeromoça loira de olhos verdes e com o característico penteado impecável fazia a demonstração visual da sua fala. Finalmente o avião levantava vôo e eu estava saindo de Manaus com destino a Tabatinga. Comigo, pude identificar no avião que não estava cheio servidores da CGU, militares e policiais federais. O piloto, terminados os procedimentos de decolagem, anuncia os 7 graus negativos do lado de fora da aeronave e 26 graus em nosso destino. "Graças a Deus um clima mais ameno que em Manaus", pensei. Mergulhei na leitura de O Vermelho e o Negro, de Stendhal, e assim nem vi passar as 02:40 minutos de viagem. Só notei que o tempo previsto estava perto do fim quando começamos a descer em meio a nuvens densas que ocupavam o céu tabatinguense sem, no entanto, causar o menor problema aos procedimentos de pouso, como bem havia previsto o piloto, além de nos avisar, par

Faça sua parte

"Preservar a água, é preservar a qualidade de vida dos que habitam a Terra. Não só a dos seres humanos, mas todas as formas de vida. Vida que não criamos, mas pelas quais somos totalmente responsáveis”              Faça sua parte! 22 de março, Dia mundial da Água
Cultivo por entre as minhas loucuras algumas mudas de sanidade; nunca se sabe quando será preciso esconder a riqueza de saber-se filho do caos.

Eu mesmo não gosto, mas como minha mãe assiste...

Quem nunca ouviu uma frase do tipo? Antes era muito usada por homens e gente que se considerava superior aos pobre ignorantes que se deixavam alienar pelas telenovelas. Hoje, que a telenovela já é quase uma, er, paixão e motivo de orgulho nacional - ainda mais com o prêmio recebido por Caminho das Índias - creio que nem os homens tem mais vergonha de se assumirem amantes da teledramaturgia. Porém essa frase tem sido muito usada hoje para esconder a atração que outro tipo de programa televisivo (não menos alienante e improdutivo) exerce: os reality shows. Domingo, durante uma discussão sobre o BBB na TV Brasil, uma psicóloga que participava da conversa disse não assistir o programa. Entretanto, quando eram citados certos episódios, lá estava ela opinando com propriedade, utilizando detalhes dos acontecimentos dentro da casa para ilustrar suas críticas. Daí eu pensei: mas como, se ela não assiste? Daí algum leitor poderia dizer que para criticar é preciso conhecer. Tudo bem, mas foi e

Novo blog

O blog Anotações de leitura é a minha mais nova empreitada no mundo dos blogs. O título já diz tudo, mas para quem quiser uma explicação adicional, o primeiro post publicado há pouco deve suprir essa carência. Sintam-se intimados convidados a dar uma espiadinha lá (risos). Serão muito bem-vindos!

Sobre uma menina, alemães e judeus

Durante as férias andei lendo algumas coisas e resolvi falar um pouquinho aqui sobre dois que a maioria já deve ter lido, mas eu resolvi ler só agora: A menina que roubava livros e Quando Nietzsche chorou . Coincidentemente os dois livros tem alemães e judeus, embora só o primeiro tenha uma menina, daí o título do post (risos). Vamos aos comentários: A menina que roubava livros Confesso que na primeira vez que tentei ler não passei da 20ª página. Achei muito estranha e fragmentada aquela narração da dona Morte. Passaram-se anos e depois de alguns amigos comentarem bastante o livro resolvi ler novamente e com calma, e então tudo fez sentido; cheguei a sentir saudades do livro e ficar pensando nos personagens quando não estava lendo. Há um equilíbrio ali entre o ódio, a crueldade, a miséria, o irracional e a beleza, o amor, a solidariedade, a amizade. Aliás, é a poesia que vence durante todo o livro. Na música do acordeonista, nos livros do lutador judeu, nos presentes de Liesel,

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"Toda alma é uma música que toca." Rubem Alves Hoje queria ser apenas voz, som, música. Ser improviso vão de um gênio qualquer que se vai lançando nos ouvidos e emocionando, comunicando, poesia musical, sem letra, apenas som, ininterrupto, contínuo, melodioso, harmônico, belo, melancólico, com trechos vibrantes e mesmo alegres, envolvendo a platéia que reagiria a cada nota conforme a tonalidade, chorando, sorrindo, surpresa diante de tão grandioso e ambicioso concerto. E assim ir me dando inteiro, fluido, até a última nota de uma partitura que vai sendo escrita à medida que tocada e cantada, sem ensaios, consertos e revisões. Até o dia em que a corda arrebente, o piano desafine, a voz se acabe e seja hora do silêncio final.