BEDA #6 - A coragem de ser
Tempos atrás li uma crônica deliciosa da Clarice Lispector intitulada “Se eu fosse eu”. Transcrevo abaixo um trecho e volto em seguida: “Quando não sei onde guardei um papel importante e a procura se revela inútil, pergunto-me: se eu fosse eu e tivesse um papel importante para guardar, que lugar escolheria? Às vezes dá certo. Mas muitas vezes fico tão impressionada com a frase 'se eu fosse eu', que a procura do papel se torna secundária, e começo a pensar. Diria melhor, sentir. E não me sinto bem. Experimente: se você fosse você, como seria e o que faria? Logo de início se sente um constrangimento: a mentira em que nos acomodamos acabou de ser movida do lugar onde se acomodara. No entanto já li biografias de pessoas que de repente passavam a ser elas mesmas e mudavam inteiramente de vida.” (Quem quiser ler na íntegra, pode aqui ) É uma provocação e tanto essa, não? De vez em quando me pego pensando, digo, sentindo como a Clarice. Se eu fosse eu... provavelmente se