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Ternura ácida (2)

Explodem em rasgos setentrionais As vigas cambaleantes dos meus prédios Vou desabar! Vou desabar! Mas não sem antes segurar tua mão E dividir contigo o peso da minha âncora Vamos juntos ao fundo do abismo Vamos juntos ao trágico fim Não vou sozinho Não vou Quero teu sangue, como quero! Derramado junto ao meu Que jorra deste peito ultrajado Por tua ternura lacerante Com um talho profundo me golpeaste E agora quedo agonizante neste vale tenebroso Mas não vou só, Não vou Sugarei teu espírito Comerei a tua carne E te levarei comigo Para o fundo do abismo Como prova de amor Do grande amor que fincaste Como estaca no meu peito Ternura ácida (1)

“Aos donos da casa, peço licença para jongar”* - BEDA - 9º dia

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Em fevereiro deste ano estive no Rio de Janeiro numa viagem curtinha de apenas 5 dias, mas o suficiente para conhecer o Jongo da Lapa. Mas já estou me adiantando. Deixem-me contar essa minha experiência com o jongo mais detalhadamente, como é meu costume (risos).  Resolvi fazer a viagem ao Rio assim sem muito planejamento, como a maioria das coisas acontece na minha vida. Tinha férias marcadas para a segunda quinzena de fevereiro e foi só no início do mês que achei passagens relativamente baratas (porque passagem de avião barata de verdade em Manaus é coisa rara) para a época das férias. Só deu tempo de avisar a minha amiga Cláudia Nathália  Nega que ia e pedir algumas dicas a ela de passeios e hospedagem. Ela me indicou a Lapa porque fica perto do trabalho dela e assim ficaria mais fácil de nos encontrarmos, e eu aceitei de pronto por já conhecer a fama de lugar da boemia no Rio. Mas quando aceitei, pensava nos bares da Lapa, não imaginava que iria encontrar algo ainda mais inter

Ódio ou amor? - BEDA - 8º dia

Eu não consigo entender quem opta pelo preconceito e pelo ódio como horizonte de vida e passa os dias na internet procurando alguém para discutir, xingar e difamar. Não consigo compreender porque alguém entra numa torcida organizada e se junta a outros torcedores com a intenção de puxar briga com quem torce por um time rival sem nenhuma outra razão aparente. Não consigo sequer imaginar o que se passa na cabeça de quem se junta com “amigos” para espancar alguém por ser mendigo, prostituta, gay. São exemplos de violência gratuita e totalmente desnecessária, mas infelizmente tão comuns em nossos dias. Eu, que optei desde muito cedo pelo amor, só posso imaginar que essas pessoas desconhecem-no completamente. Amar é tão mais simples e gostoso. Tem suas dificuldades, às vezes é preciso perdoar e pedir perdão, mas nada que se compare ao sacrifício de carregar o peso de tantas mágoas. E ainda tem a recompensa de ver a felicidade no rosto do outro, que quase sempre a gera em nosso in

Do meu desejo de entender - BEDA - 7º dia

Desde que me entendo por gente tenho um grande desejo de entender. Aí vocês me perguntam – e com razão – o que, Carlos? Tudo. Tudo? Sim, tudo! Tudinho de tudão? Isso mesmo, tudinho de tudão! Não sei se isso se dá com todo mundo em algum nível, mas comigo sempre aconteceu de ficar me perguntando sobre a vida, sua origem, o porquê de estar aqui, para onde vamos. Em outras palavras: Quem sou? De onde vim? Onde estou? Para onde vou? As mesmas perguntas que continuarão sendo feitas enquanto existir um ser humano pensante na face da Terra. Lembro-me de na adolescência algumas vezes pensar no que era o mundo antes da criação divina. Eu tinha aprendido desde a infância que Deus tinha criado o mundo em 7 dias, mas não me contentava com isso. Quem era Deus? O que existia antes de Ele resolver criar o mundo? O Nada? O que e como era o Nada? E ficava tentando imaginar como seria o Nada absoluto de antes da criação. Alguém já fez esse exercício? Eu tentava imaginar o Nada

As horas - BEDA - 6º dia

Há uma hora que é escura como uma estrela que se apaga no meio de uma constelação. Há uma hora que é vazia como o lugar  na mesa  de alguém que já se foi . Nessa hora, os seres inanimados gritam alto o que não queremos escutar. Nessa hora, os sentidos da vida se ofertam às nossas mãos, mas acabam escapando feito água por entre os dedos. E então como que escurece do lado de dentro também, como se houvesse ficado só o lugar e nosso eu tivesse se ido. Hora perigosa na qual podemos nos perder para sempre nesse labirinto chamado vida. Mas esta hora fatídica passa, como passam todas as horas. É da natureza delas se irem e levarem um pouco de nós consigo a cada instante. Até sabe-se lá que abismo nos consuma.

O dia em que eu dei mole e perdi um tesouro - BEDA - 5º dia

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Olá, pessoas!! Tudo bem com vocês? Essa história de posts diários no blog está acabando por me fazer sentir à vontade até demais aqui. Felizmente eu só escrevo, porque se fosse um vlog, por exemplo, era capaz eu gravar sem camisa ou só de cueca, por exemplo hahaha. Tenho mais uma história pra vocês hoje, mas preciso avisar logo de cara que ela não é divertida como as outras. Na verdade, é bem triste, um dos dias que ficaram marcados para sempre na minha memória, pela tristeza que senti, pelas lágrimas que chorei. Estão autorizados a fazer uma pausa para buscar um lenço, é possível que precisem. Acho que todo mundo aqui já teve algum objeto de grande valor sentimental. Peço que agora parem um instante e lembrem-se dele neste momento com toda a riqueza de detalhes. Se ainda o tiver, tome-o nas mãos antes de continuar a leitura. É essencial para que possam me compreender. A história se passou quando eu tinha em torno de 5 anos. Eu era uma alegre criança que adora

Aniversário - BEDA - 4° dia

Boa noite, pessoas queridas que estão acompanhando o meu BEDA! Estamos chegando ao 4° dia, olha que graça! A primeira meta desse ano é superar os 7 dias da primeira e única vez que tentei participar, que foi em 2013. Mandem energias! Deixa eu aproveitar que estou aqui de bobeira e sozinho no aniversário da minha amiga da faculdade e tentar escrever um pouco. E o tema é, advinhem!? Aniversário! Ooooh! rs Eu devo confessar que sou uma anta quando o assunto é aniversário. A começar pelo básico: lembrar as datas. É muito sério isso, não lembro nem o meu antes de alguém me dar parabéns. É possível que alguns dos meus amigos que hoje não falam mais comigo tenham passado a não falar depois de não serem parabenizados no seu aniversário. Isso só me ocorreu agora, mas faz muito sentido. Felizmente a vida moderna trouxe alguns recursos para ajudar os desmemoriados como eu. Vezes sem conta os lembretes do Facebook me salvaram de perder mais amigos. Mas aí tem aquele amigo que perto do