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Se o mundo é mesmo parecido com o que vejo...

 Se o mundo é mesmo  Parecido com o que vejo  Prefiro acreditar  No mundo do meu jeito Esse trecho de Eu era um lobisomem juvenil , da Leigião Urbana, foi durante muito tempo minha frase preferida. Como vocês podem ver no meu post anterior, o meu despertar para o mundo ao passar da infância para a adolescência foi um choque profundo nas crenças que tinha como verdadeiras e universais, os princípios e valores cristãos que minha família havia me ensinado desde a mais tenra idade. Acreditava profundamente no amor e no bem e, na minha inocência, acreditava que o bem era a regra e o mal era um desvio, a exceção. Como Rousseau, acreditava que os homens nasciam bons e eram corrompidos pela sociedade - pelo "mundo", usando o vocabulário cristão. Quando eu comecei a ver que não era bem assim que a banda tocava, eu me vi perdido e sem direção, sem saber como fazer para conciliar a minha crença com o que via na realidade.  Eu era naquela época uma pessoa muito mais empática

Saio de mim *

Saio de mim e começo a me observar: Olho para todos os detalhes E não sei o que pensar Olho para o passado e Ah! Sim! Lá estou eu O menino amável que a todos conquista Correndo sem camisa no meio da rua Que nada conhecia para além da sua vista Que não fazia esforços para agradar ninguém A quem ninguém queria mal Se aproximar, também, ninguém Mas para ele não tinha importância Na verdade ele nem percebia Cercados de seus bonecos Eram sua única companhia Além dos livros, lápis, borracha... O que não conhecia, imaginava E na imaginação Seus bonecos eram personagens De um jogo de futebol Ou de uma grande aventura Tudo era muito bom e muito bonito A música sempre encontrou vida nele Um dia ele viu os outros Jogando bola de verdade E ele quis jogar bola também Ele começou a ver os outros A observar seu comportamento Não queria mais ser o que era E começou a mudar, e mudar E começou a crescer, e crescer Mas não gostou muito da mudança E começou a querer ag

Minha terapia

Hoje eu tive um dia particularmente difícil, depois de precisar resolver alguns problemas pessoais e também de receber uma resposta negativa para algo que estava aguardando.  Então eu fui jogar futebol e, normalmente, só de correr, suar, chutar a bola, já é possível descarregar bastante a tensão. Com certeza o destino sabia que hoje eu precisava de um pouco mais e eu fiz não um, não dois, mas três golaços chutando forte no ângulo - além de mais um roubando a bola do goleiro. Como disse a uma amiga, esses 3 gols fizeram mais por mim hoje do que fariam 3 meses de terapia. Mulheres, favor não implicar com o futebol dos maridos. Se vocês soubessem o bem que isso faz, o estresse que tira... Aliás, o que equivale ao futebol dos amigos no mundo feminino?  Outra coisa que costuma me desestressar é cantar. Quando tudo está desabando eu pego meu violão, vou para um canto e fico ali cantando a plenos pulmões até as coisas amenizarem. E como faz bem, também! Se nada disso der certo ai

Nunca mudará - música própria

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Resolvi deixar uma das minhas composições para hoje. Parceria com Gabriel Naveca, coelga da época da faculdade de Ciências Contábeis na UFAM - curso que abandonei pela metade. Ouçam sem moderação e compartilhem!

Dor companheira

É sempre sobre essa dor Quando oferto um sorriso Ou quando engulo o choro Bem lá no fundo Ela me faz companhia De tão presente, mal a percebo E passo os dias sem reclamar Mas há dias em que, me parece Ela se ressente pela indiferença E se esforça para mais dor ser E machuca com mais força E ainda que não queira Sou forçado a reconhecer: Muito bem, aí está você O que faço contigo, Minha única e mais fiel Companheira de todas as horas? Eu te rejeito e faço tudo pra esquecer E tu, mais dor se faz sentir Para que eu não tenha como te ignorar E como não sei chorar E como não sei gritar Eu te engulo, como choro E com a voz que me falta E tento fazer-te canto E expressar em palavras Minha exasperação noturna Para com você, Minha inimiga íntima, Minha amiga indesejada, Cúmplice do meu desespero mudo. Quando engulo um choro Ou quando abro um sorriso - Ó, minha hóspede incômoda! É só uma tentativa desesperada De arrancá-la do meu peito, Seu aposento predilet

“Há tantos caminhos, tantas portas, mas somente um tem coração”

Seguir um caminho próprio, um caminho que só eu posso seguir porque só eu sei o que vai aqui dentro. Se você já leu a citação de Nietcszhe aqui ao lado, sabe quanto o tema me é caro. Também já postei aqui o texto da Clarice Se eu fosse eu , que acho absolutamente incrível. Vezes sem conta na vida me peguei pensando no que eu faria se eu fosse eu. E aí eu entro em contradição, porque também tomei como uma das verdades da vida que somos sempre o melhor que podemos ser em cada momento.  Mas se é assim, posso me perguntar como seria se eu fosse eu ? É sem dúvida um problema complexo, e se torna ainda mais quando pensamos que o que somos é também uma colcha de retalhos das pessoas que nos ajudaram a formar a nossa personalidade. Eu sou aqueles que amo e, em certa medida, aqueles que detesto, porque esses também me ajudam a delimitar quem eu quero ser quando me mostram quem não quero ser. Dito de outro modo, eu assumo para minha vida o que vejo de melhor nas pessoas que amo ou admiro, d

Randômicas

1. Cansado demais e hoje ainda é terça 2. Esse ano ainda não soube o que é uma boa noite de sono 3. Extraí 3 sisos na sexta e meu rosto ainda está inchado 4. Também ando muito vadio pros estudos esse ano 5. Estou na vibe metamorfose ambulante, pelo menos no que tange à aparência física 6. Primeira vez na vida que fico barbudo e não acostumei ainda 7. Quando meu bigode nasceu pela primeira vez eu demorei uma eternidade pra tirar 8. Felizmente não tem muitos registros da época 9. Foi também a primeira vez que deixei o cabelo crescer 10. Eu era um cabeludo do bigodinho ralo rs 11. Tentei fazer um cavanhaque uma vez, mas não tive paciência 12. Ficou tipo bigode e barbicha rs mas até que era um visual legal 13. Pensando em tentar o cavanhaque de novo 14. Estou curtindo essa coisa de mudar e postar a foto no facebook 15. Eu que sempre fui reservado, ando exibido nas redes sociais rsrs 16. Aproveitando também essa fase de solteiro, que as pessoas comentam sem medo do que uma na

O Foguete

vai subindo para o céu vai fugindo à minha vista vai direto para o espaço vai levando a esperança de encontrar novas vidas que tenham inteligência para trocar experiências descobrir um novo mundo em que haja ausência de ódio e violência dessa grande ignorância em que caiu atualmente a nossa existência onde o imperador absoluto é a majestade amor onde à vida e ao povo dão o seu valor onde a fraternidade é a grande prioridade e não importando a idade todos têm felicidade sim, foguete, vai vai em busca desse lugar vai e não esquece de voltar volta e vem buscar o que do homem sobrar se as coisas que ele cria podem fazer este mundo em um segundo acabar vai e não demora a voltar venha nos salvar dos monstros criados por nós mesmos que à noite vêm nos assombrar mas se você quer se salvar não não volte para cá fique por lá e seja feliz por este mundo infeliz só lhe faço um pedido: lembre-se de mim que te vi partir cheio de vontade de contigo ir de

Ternura ácida (2)

Explodem em rasgos setentrionais As vigas cambaleantes dos meus prédios Vou desabar! Vou desabar! Mas não sem antes segurar tua mão E dividir contigo o peso da minha âncora Vamos juntos ao fundo do abismo Vamos juntos ao trágico fim Não vou sozinho Não vou Quero teu sangue, como quero! Derramado junto ao meu Que jorra deste peito ultrajado Por tua ternura lacerante Com um talho profundo me golpeaste E agora quedo agonizante neste vale tenebroso Mas não vou só, Não vou Sugarei teu espírito Comerei a tua carne E te levarei comigo Para o fundo do abismo Como prova de amor Do grande amor que fincaste Como estaca no meu peito Ternura ácida (1)

“Aos donos da casa, peço licença para jongar”* - BEDA - 9º dia

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Em fevereiro deste ano estive no Rio de Janeiro numa viagem curtinha de apenas 5 dias, mas o suficiente para conhecer o Jongo da Lapa. Mas já estou me adiantando. Deixem-me contar essa minha experiência com o jongo mais detalhadamente, como é meu costume (risos).  Resolvi fazer a viagem ao Rio assim sem muito planejamento, como a maioria das coisas acontece na minha vida. Tinha férias marcadas para a segunda quinzena de fevereiro e foi só no início do mês que achei passagens relativamente baratas (porque passagem de avião barata de verdade em Manaus é coisa rara) para a época das férias. Só deu tempo de avisar a minha amiga Cláudia Nathália  Nega que ia e pedir algumas dicas a ela de passeios e hospedagem. Ela me indicou a Lapa porque fica perto do trabalho dela e assim ficaria mais fácil de nos encontrarmos, e eu aceitei de pronto por já conhecer a fama de lugar da boemia no Rio. Mas quando aceitei, pensava nos bares da Lapa, não imaginava que iria encontrar algo ainda mais inter