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Opportunity

Sabe, há dias em que parece que o universo inteiro quer te dizer algo. Ou pelo menos, de repente, é você quem passa a prestar a atenção a certas mensagens que sempre estiveram aí, mas só agora se tornaram úteis. Ou as duas possibilidades e mais alguma que você, amigo ou amiga do blog, venha a pensar. Estou lendo Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres, de Clarice Lispector, e ontem li o seguinte trecho: "Não posso ter uma vida mesquinha, porque ela não combina com o absoluto da morte" Essa é a conclusão da personagem Lóri, depois de uma longa reflexão sobre vida e morte, na qual a última é vista como uma passagem para uma forma mais plena de existir, digamos assim. Dito isso, viver seria a espera e a preparação para a morte que, para a personagem, era desejável, não para escapar do mundo, mas por ser "como os primeiros calores frescos de uma nova estação". Isso por si já me deu uma vontade enorme de viver e de fugir da mediocridade de apenas sobreviver. Então, ag

Banalidades do fim de semana

1. Quem era aquele timinho que apresentaram como seleção brasileira no jogo de hoje contra a seleção do Equador? E eu ainda perco meu tempo assistindo essas peladas. Tsc, tsc... 2. Curti demais o tributo ao Raul Seixas no Café Atômico ontem! Dando um desconto que o vocalista cortou as letras de algumas das músicas que eu mais gosto, foi bom pra kct! Fui mais pra acompanhar a galera, mas chegando lá percebi que eu sabia quase todas as músicas, rsrs 3. Alguns fantasmas do passado insistem em reaparecer. Mas vou ouvir o conselho de duas amigas: é melhor deixar os defuntos enterradinhos no seu lugar. Dicaceita! 4. Domingo pra descansar da noitada e fazer os trabalhos da facul. Aff... Boa semana pra vocês!!

Outro tempo começou...

Pra Rua Me Levar (Ana Carolina / Totonho Villeroy) Não vou viver como alguém que só espera um novo amor Há outras coisas no caminho aonde eu vou As vezes ando só, trocando passos com a solidão Momentos que são meus e que não abro mão Já sei olhar o rio por onde a vida passa Sem me precipitar e nem perder a hora Escuto no silêncio que há em mim e basta Outro tempo começou pra mim agora Vou deixar a rua me levar Ver a cidade se acender A lua vai banhar esse lugar E eu vou lembrar você É... mas tenho ainda muita coisa pra arrumar Promessas que me fiz e que ainda não cumpri Palavras me aguardam o tempo exato pra falar Coisas minhas, talvez você nem queira ouvir Já sei olhar o rio por onde a vida passa Sem me precipitar e nem perder a hora Escuto no silêncio que há em mim e basta Outro tempo começou pra mim agora Vou deixar a rua me levar Ver a cidade se acender A lua vai banhar esse lugar E eu vou lembrar você... ******************************** Na falta do que escrever, deixo pra vocês a

Decisão drástica (por tempo indeterminado)

Tomei uma decisão drástica hoje. Eu acho. Quer dizer, decisões drásticas não são comigo, porque eu mudo de idéia com facilidade, mas por enquanto é uma decisão. Ponto. A decisão é: - Vou escrever aqui sobre qualquer coisa e vocês vão ter que me engolir. Nos dias cinzentos e chuvosos de uma terça triste, ou nos dias ensolarados de domingo. Na deprê ou na euforia, o que eu escrever vai estar por aqui. Afinal, o nome do blog não é experimentando-me? E eu estou me experimentando cada vez menos no quesito escrever. Hoje, pensando comigo mesmo, cheguei à conclusão de que me experimentar é também escrever textos ruins, ou pelo menos não tão bons. O que significa que vocês podem vir aqui de vez em quando e se chatearem com inutilidades. Tudo bem, eu lhes perdôo se não comentarem ou se ficarem uns dias sem aparecerem por aqui. Mas, pela minha decisão, devo escrever mesmo assim. E publicar. Senão terei que mudar o nome do blog para qualquer outra coisa, já que não estaria combinando. Ponto. Po

Mensagem a um bebê que foi salvo depois de ter passado 24 horas enterrado

Li nesse instante um e-mail com a notícia de que um bebê foi salvo por policiais depois de ser enterrado vivo pela sua mãe. Havia terra na boca dele. Havia moscas. 24 horas foi o tempo estimado entre o ato criminoso da mãe e o socorro. Ele sobreviveu. Final feliz. Feliz? O que será dessa criança quando souber que foi enterrada viva logo ao nascer? Será que terá um lar, uma família, alguém que lhe dê carinho e cuidado? Pode ser que sim devido à publicidade do caso. Caso encontre conforto em uma família, será grata por ter encontrado um lar ou vai desejar nunca ter sido salva do buraco onde sua mãe a enterrou? É, criança, o mundo é bizarro. Tua mãe tentou te matar no teu primeiro dia de vida fora do útero. Talvez já tenha tentado antes, quem sabe? Se ela teve coragem de te enterrar depois de te ver e te tocar! Mas ela não será a única. Desculpe te dizer, mas o mundo te será hostil por muitas vezes. Tomara que você tenha sorte e não vá parar num orfanato. Ou na rua. Ou numa casa onde não

Pequena oração

Que a vida venha com sua carga de drama, comédia, tragédia ou terror, seja do jeito que for, venha e me inunde e que eu mergulhe sem medo e sem pudor de ser, como se nunca tivesse conhecido outra condição de viver que não a de ser humano e o ser plenamente. “A mais premente necessidade de um ser humano era tornar-se um ser humano”. (Clarice Lispector)

Sob a luz da Lua cheia

Pessoas, ontem uma lua cheia maravilhosa passeou pelo céu de Manaus. Eu estava andando distraído em direção à parada de ônibus e quando passava por uma passarela fui pego de surpresa por aquele belíssimo quadro desenhado no céu: a lua estava enorme, brilhante, acima dos prédios, e parecia estar tão perto que era como se eu pudesse tocá-la caso subisse à cobertura deles. Então resolvi parar e contemplar um pouco aquele luar deslumbrante. Fiquei ali tentando silenciar o coração para aproveitar melhor o momento. Minutos depois, uma senhora aparentando uns 60 anos, de mais ou menos um metro e meio, cabelos longos, ondulados e brancos, com o rosto cansado das muitas batalhas pelas quais deve ter passado, mas trazia um sorriso aberto quando parou para contemplar ao meu lado aquele luar. Depois de um tempo em silêncio, ela disse que gostava muito de contemplar o luar e lembrou o sol nascente e o poente do interior, descrevendo-os e dizendo o quanto gostava da natureza. Gostaria de poder repro

Atenção aos velhos hábitos!

Amigos e amigas, ontem comecei a colocar em prática uma das minhas metas para este ano, que é a de me dedicar mais à música, com a minha primeira aula de violão. Pessoas, eu toco há 11 anos, mas nesse tempo todo só fiz um mês de aula. O resto do tempo fui meio autodidata. Muitas pessoas se orgulhariam dessa aptidão natural para o violão, mas eu hoje tenho isso como desvantagem, porque durante todos esses anos tocando sem receber qualquer orientação profissional acabei acumulando um grande número de vícios, de maus hábitos. E como é difícil livrar-se deles! No meio da aula me peguei fazendo uma breve meditação sobre isso e achei que merecia uma postagem no blog. No mesmo instante fiz um link mental com as metas que li no blog da amiga Bia (lindona!), pois uma delas era ter atenção aos velhos hábitos viciados. Como aconteceu enquanto treinava violão quando minha mão ficava na posição incorreta assim que eu me distraia um pouquinho, pensei, assim acontece na vida. Tentamos nos livrar de v

Seven

Pessoas, recebi esse meme da amiga Line , do blog Tocando Estrelas (link ao lado). Ele representa os Sete Pecados Capitais . E de acordo com as regras tenho que falar sobre a presença deles em minha vida. Bem, é hoje que minha fama de bom moço acaba... Regras: publicar as suas respostas, passar para 8 blogs e avisar os escolhidos. Vamos lá: Gula – graças a ela eu ganhei 10 quilos em dois anos (no final de 2006 eu pesava 68 quilos; fim de 2008: 78 quilos). Eu tenho culpa se ao lado do meu trabalho tinha um restaurante onde eu poderia comer o quanto quisesse por R$5,00? E ainda por cima a Tia faz uma comida excelente, variada e uma sobremesa que hmmmmmmm... Mas quando minhas calças número 44 (eu vestia 40) começaram a ficar apertadas eu vi que era hora de fazer alguma coisa: passei a não repetir o almoço, subistituí a janta por um lanche simples e maneirei nas merendas. Bem, se não emagreci muito, pelo menos minhas calças continuam cabendo... Avareza – Eu não me considero avaro, mas m
Imagem
Tá aí o resultado do meu blog no wordle ( http://www.wordle.net/ ). "Com ele é possível criar um quadro com as palavras em destaque num texto ou num endereço da net, escolhendo cores, fonte, layout." (texto tirado do blog Mirada, da amiga Bia) No site ficou grande, não sei porque ficou pequeno aqui, mas se você quiser ver em tamanho real é só clicar na imagem, pois ela é um link para o site. Gostei de ver a palavra vida em destaque. Apesar de o blog ser novinho, acho que ele está indo na direção certa, rs. Abraço, pessoas!

Seria o homem um vírus?

Foi em 2002 que pela primeira vez prestei a atenção nessa frase. O meu professor de Introdução à Sociologia pediu uma análise do filme Matrix, com a intenção de nos mostrar como a nossa sociedade exerce o controle sobre cada um de nós, mas o que mais me impressionou foi a cena em que um daqueles agentes da Matrix, em diálogo com o Neo (Keanu Reevers), afirma que a raça humana era para o planeta Terra como um vírus. E não é que faz sentido? Nós nos proliferamos com uma rapidez exponencial, devastamos o meio ambiante, desequilibramos os ecossistemas, o clima, a vida. Se considerarmos a Terra como um ser vivo, nós a estamos matando, como um uma doença viral faz com a gente. E ela não está sendo capaz de nos eliminar com seus anticorpos: tempestades, tsunamis, furacões. Não faz sentido? Ontem, assistindo o filme O dia em que a Terra parou, essa idéia me perturbou novamente. Em uma cena, Klaatu (Keanu Reevers, novamente), um ser alienígena que assumiu a forma de um ser humano para cumprir s

Longe do coracão selvagem...

Será que a Clarice Lispector de Perto do Coração Selvagem é hermética, ou sou eu quem ainda não estou pronto para ser iniciado no universo dos romances lispectorianos? Já perdi as contas de quantas vezes reiniciei a leitura deste romance – já comprei outros três, mas não me atrevo a tentar a leitura destes – e não consigo passar do capitulo O banho. Leio e embora não consiga entender, as palavras ligam alguma coisa no meu interior desencadeando sentimentos que tampouco compreendo o porquê de o meu coração bater do jeito que bate, de os meus pulmões necessitarem de mais ar, como necessitam. Talvez essa seja uma maneira de ler Clarice, apenas deixar que as palavras despertem sentimentos, mesmo que não se esteja sabendo onde a trama vai dar. É como se o que acabei de ler não tivesse como encontrar uma ligação com o que há de conhecido dentro de mim, e ao mesmo tempo ficasse de uma forma incompreensível ligada à outra parte de mim, ao inconsciente, talvez até ao instintivo. Sinto como se c

Slow life

Você já ouviu falar do movimento slow? Se a resposta for não, aconselho ler uma matéria da revista Época do dia 05/01/2009, que fala sobre uma suposta (palavra da moda) nova tendência à prática da vida simples influenciada pelo aquecimento global e pela crise (econômica) mundial. Mas enquanto você não vai ao site da Época ou emprestar a revista do seu vizinho para procurar a matéria, permita-me falar um pouquinho sobre a minha visão do movimento slow. Todo mundo já deve ter lido vários textos falando sobre a nossa correria moderna, que não deixa tempo de conviver com os familiares, amigos, cachorro, papagaio, vizinho, de ter lazer digno, de ler aquele livro que está há meses pegando poeira na estante, entre outras coisas que esses textos explanam bem, cada um com sua devida carga de dramaticidade ou sabedoria. No entanto, poucas pessoas param de fato para valorizar as pequenas coisas do dia-a-dia: um pôr-do-sol, um sorriso, um abraço amigo (quantas nem tem o costume de abraçar!). O mov

Trecho de um papo cabeça...

“(...) Tudo que eu fiz até hoje foi ter cuidado. Cuidado ao extremo. Não quero mais ter cuidado. Quero me arriscar, viver, encarar esse bicho estranho e desconhecido que é a vida. Quero chegar ao fim da vida e poder dizer: fiz o que pude! Se tiver dado certo, bem. Se não, o que terei perdido? Tudo o que eu quero agora é correr perigo. Perigo de estar realmente vivo. Então, eu terei cuidado, muito cuidado, de não passar pela vida sem ter vivido tudo o que desejo, sem ter tentado semear o meu sonho pelos campos, sem cair e levantar e descobrir aonde é que está errado e corrigir e seguir em frente com a cabeça erguida. Obrigado pela advertência, amigo. E pode deixar que eu vou tomar muito cuidado.”

Lacuna

Há um pedaço de mim que é qualquer coisa de triste e quase inquieto, que reclama qualquer coisa que ainda não vi, ouvi ou vivi, mas deve existir em algum lugar, esperando por minha chegada, ou que talvez não exista e precise da minha força criadora para existir, essa coisa que tanta falta me faz. Por esta lacuna impressa desde tempos imemoriais no âmago de minh'alma ponho-me a escrever de quando em quando, nas horas em que a normalidade rotineira do mundo me cansa, e eu, em angustia demasiada, quase desespero, sinto o coração expandir e transbordar os frágeis limites do peito, e desabar em prantos, palavras, acordes e versos. Escrever é minha redenção.