Ternura ácida (2)
Explodem em rasgos setentrionais As vigas cambaleantes dos meus prédios Vou desabar! Vou desabar! Mas não sem antes segurar tua mão E dividir contigo o peso da minha âncora Vamos juntos ao fundo do abismo Vamos juntos ao trágico fim Não vou sozinho Não vou Quero teu sangue, como quero! Derramado junto ao meu Que jorra deste peito ultrajado Por tua ternura lacerante Com um talho profundo me golpeaste E agora quedo agonizante neste vale tenebroso Mas não vou só, Não vou Sugarei teu espírito Comerei a tua carne E te levarei comigo Para o fundo do abismo Como prova de amor Do grande amor que fincaste Como estaca no meu peito Ternura ácida (1)