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Dor companheira

É sempre sobre essa dor Quando oferto um sorriso Ou quando engulo o choro Bem lá no fundo Ela me faz companhia De tão presente, mal a percebo E passo os dias sem reclamar Mas há dias em que, me parece Ela se ressente pela indiferença E se esforça para mais dor ser E machuca com mais força E ainda que não queira Sou forçado a reconhecer: Muito bem, aí está você O que faço contigo, Minha única e mais fiel Companheira de todas as horas? Eu te rejeito e faço tudo pra esquecer E tu, mais dor se faz sentir Para que eu não tenha como te ignorar E como não sei chorar E como não sei gritar Eu te engulo, como choro E com a voz que me falta E tento fazer-te canto E expressar em palavras Minha exasperação noturna Para com você, Minha inimiga íntima, Minha amiga indesejada, Cúmplice do meu desespero mudo. Quando engulo um choro Ou quando abro um sorriso - Ó, minha hóspede incômoda! É só uma tentativa desesperada De arrancá-la do meu peito, Seu aposento predilet

“Há tantos caminhos, tantas portas, mas somente um tem coração”

Seguir um caminho próprio, um caminho que só eu posso seguir porque só eu sei o que vai aqui dentro. Se você já leu a citação de Nietcszhe aqui ao lado, sabe quanto o tema me é caro. Também já postei aqui o texto da Clarice Se eu fosse eu , que acho absolutamente incrível. Vezes sem conta na vida me peguei pensando no que eu faria se eu fosse eu. E aí eu entro em contradição, porque também tomei como uma das verdades da vida que somos sempre o melhor que podemos ser em cada momento.  Mas se é assim, posso me perguntar como seria se eu fosse eu ? É sem dúvida um problema complexo, e se torna ainda mais quando pensamos que o que somos é também uma colcha de retalhos das pessoas que nos ajudaram a formar a nossa personalidade. Eu sou aqueles que amo e, em certa medida, aqueles que detesto, porque esses também me ajudam a delimitar quem eu quero ser quando me mostram quem não quero ser. Dito de outro modo, eu assumo para minha vida o que vejo de melhor nas pessoas que amo ou admiro, d

Randômicas

1. Cansado demais e hoje ainda é terça 2. Esse ano ainda não soube o que é uma boa noite de sono 3. Extraí 3 sisos na sexta e meu rosto ainda está inchado 4. Também ando muito vadio pros estudos esse ano 5. Estou na vibe metamorfose ambulante, pelo menos no que tange à aparência física 6. Primeira vez na vida que fico barbudo e não acostumei ainda 7. Quando meu bigode nasceu pela primeira vez eu demorei uma eternidade pra tirar 8. Felizmente não tem muitos registros da época 9. Foi também a primeira vez que deixei o cabelo crescer 10. Eu era um cabeludo do bigodinho ralo rs 11. Tentei fazer um cavanhaque uma vez, mas não tive paciência 12. Ficou tipo bigode e barbicha rs mas até que era um visual legal 13. Pensando em tentar o cavanhaque de novo 14. Estou curtindo essa coisa de mudar e postar a foto no facebook 15. Eu que sempre fui reservado, ando exibido nas redes sociais rsrs 16. Aproveitando também essa fase de solteiro, que as pessoas comentam sem medo do que uma na

O Foguete

vai subindo para o céu vai fugindo à minha vista vai direto para o espaço vai levando a esperança de encontrar novas vidas que tenham inteligência para trocar experiências descobrir um novo mundo em que haja ausência de ódio e violência dessa grande ignorância em que caiu atualmente a nossa existência onde o imperador absoluto é a majestade amor onde à vida e ao povo dão o seu valor onde a fraternidade é a grande prioridade e não importando a idade todos têm felicidade sim, foguete, vai vai em busca desse lugar vai e não esquece de voltar volta e vem buscar o que do homem sobrar se as coisas que ele cria podem fazer este mundo em um segundo acabar vai e não demora a voltar venha nos salvar dos monstros criados por nós mesmos que à noite vêm nos assombrar mas se você quer se salvar não não volte para cá fique por lá e seja feliz por este mundo infeliz só lhe faço um pedido: lembre-se de mim que te vi partir cheio de vontade de contigo ir de

Ternura ácida (2)

Explodem em rasgos setentrionais As vigas cambaleantes dos meus prédios Vou desabar! Vou desabar! Mas não sem antes segurar tua mão E dividir contigo o peso da minha âncora Vamos juntos ao fundo do abismo Vamos juntos ao trágico fim Não vou sozinho Não vou Quero teu sangue, como quero! Derramado junto ao meu Que jorra deste peito ultrajado Por tua ternura lacerante Com um talho profundo me golpeaste E agora quedo agonizante neste vale tenebroso Mas não vou só, Não vou Sugarei teu espírito Comerei a tua carne E te levarei comigo Para o fundo do abismo Como prova de amor Do grande amor que fincaste Como estaca no meu peito Ternura ácida (1)

“Aos donos da casa, peço licença para jongar”* - BEDA - 9º dia

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Em fevereiro deste ano estive no Rio de Janeiro numa viagem curtinha de apenas 5 dias, mas o suficiente para conhecer o Jongo da Lapa. Mas já estou me adiantando. Deixem-me contar essa minha experiência com o jongo mais detalhadamente, como é meu costume (risos).  Resolvi fazer a viagem ao Rio assim sem muito planejamento, como a maioria das coisas acontece na minha vida. Tinha férias marcadas para a segunda quinzena de fevereiro e foi só no início do mês que achei passagens relativamente baratas (porque passagem de avião barata de verdade em Manaus é coisa rara) para a época das férias. Só deu tempo de avisar a minha amiga Cláudia Nathália  Nega que ia e pedir algumas dicas a ela de passeios e hospedagem. Ela me indicou a Lapa porque fica perto do trabalho dela e assim ficaria mais fácil de nos encontrarmos, e eu aceitei de pronto por já conhecer a fama de lugar da boemia no Rio. Mas quando aceitei, pensava nos bares da Lapa, não imaginava que iria encontrar algo ainda mais inter

Ódio ou amor? - BEDA - 8º dia

Eu não consigo entender quem opta pelo preconceito e pelo ódio como horizonte de vida e passa os dias na internet procurando alguém para discutir, xingar e difamar. Não consigo compreender porque alguém entra numa torcida organizada e se junta a outros torcedores com a intenção de puxar briga com quem torce por um time rival sem nenhuma outra razão aparente. Não consigo sequer imaginar o que se passa na cabeça de quem se junta com “amigos” para espancar alguém por ser mendigo, prostituta, gay. São exemplos de violência gratuita e totalmente desnecessária, mas infelizmente tão comuns em nossos dias. Eu, que optei desde muito cedo pelo amor, só posso imaginar que essas pessoas desconhecem-no completamente. Amar é tão mais simples e gostoso. Tem suas dificuldades, às vezes é preciso perdoar e pedir perdão, mas nada que se compare ao sacrifício de carregar o peso de tantas mágoas. E ainda tem a recompensa de ver a felicidade no rosto do outro, que quase sempre a gera em nosso in

Do meu desejo de entender - BEDA - 7º dia

Desde que me entendo por gente tenho um grande desejo de entender. Aí vocês me perguntam – e com razão – o que, Carlos? Tudo. Tudo? Sim, tudo! Tudinho de tudão? Isso mesmo, tudinho de tudão! Não sei se isso se dá com todo mundo em algum nível, mas comigo sempre aconteceu de ficar me perguntando sobre a vida, sua origem, o porquê de estar aqui, para onde vamos. Em outras palavras: Quem sou? De onde vim? Onde estou? Para onde vou? As mesmas perguntas que continuarão sendo feitas enquanto existir um ser humano pensante na face da Terra. Lembro-me de na adolescência algumas vezes pensar no que era o mundo antes da criação divina. Eu tinha aprendido desde a infância que Deus tinha criado o mundo em 7 dias, mas não me contentava com isso. Quem era Deus? O que existia antes de Ele resolver criar o mundo? O Nada? O que e como era o Nada? E ficava tentando imaginar como seria o Nada absoluto de antes da criação. Alguém já fez esse exercício? Eu tentava imaginar o Nada

As horas - BEDA - 6º dia

Há uma hora que é escura como uma estrela que se apaga no meio de uma constelação. Há uma hora que é vazia como o lugar  na mesa  de alguém que já se foi . Nessa hora, os seres inanimados gritam alto o que não queremos escutar. Nessa hora, os sentidos da vida se ofertam às nossas mãos, mas acabam escapando feito água por entre os dedos. E então como que escurece do lado de dentro também, como se houvesse ficado só o lugar e nosso eu tivesse se ido. Hora perigosa na qual podemos nos perder para sempre nesse labirinto chamado vida. Mas esta hora fatídica passa, como passam todas as horas. É da natureza delas se irem e levarem um pouco de nós consigo a cada instante. Até sabe-se lá que abismo nos consuma.

O dia em que eu dei mole e perdi um tesouro - BEDA - 5º dia

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Olá, pessoas!! Tudo bem com vocês? Essa história de posts diários no blog está acabando por me fazer sentir à vontade até demais aqui. Felizmente eu só escrevo, porque se fosse um vlog, por exemplo, era capaz eu gravar sem camisa ou só de cueca, por exemplo hahaha. Tenho mais uma história pra vocês hoje, mas preciso avisar logo de cara que ela não é divertida como as outras. Na verdade, é bem triste, um dos dias que ficaram marcados para sempre na minha memória, pela tristeza que senti, pelas lágrimas que chorei. Estão autorizados a fazer uma pausa para buscar um lenço, é possível que precisem. Acho que todo mundo aqui já teve algum objeto de grande valor sentimental. Peço que agora parem um instante e lembrem-se dele neste momento com toda a riqueza de detalhes. Se ainda o tiver, tome-o nas mãos antes de continuar a leitura. É essencial para que possam me compreender. A história se passou quando eu tinha em torno de 5 anos. Eu era uma alegre criança que adora

Aniversário - BEDA - 4° dia

Boa noite, pessoas queridas que estão acompanhando o meu BEDA! Estamos chegando ao 4° dia, olha que graça! A primeira meta desse ano é superar os 7 dias da primeira e única vez que tentei participar, que foi em 2013. Mandem energias! Deixa eu aproveitar que estou aqui de bobeira e sozinho no aniversário da minha amiga da faculdade e tentar escrever um pouco. E o tema é, advinhem!? Aniversário! Ooooh! rs Eu devo confessar que sou uma anta quando o assunto é aniversário. A começar pelo básico: lembrar as datas. É muito sério isso, não lembro nem o meu antes de alguém me dar parabéns. É possível que alguns dos meus amigos que hoje não falam mais comigo tenham passado a não falar depois de não serem parabenizados no seu aniversário. Isso só me ocorreu agora, mas faz muito sentido. Felizmente a vida moderna trouxe alguns recursos para ajudar os desmemoriados como eu. Vezes sem conta os lembretes do Facebook me salvaram de perder mais amigos. Mas aí tem aquele amigo que perto do

Uma aventura com a minha banda de pagode - BEDA - 3º dia

Olá, pessoas!!! Chegamos ao terceiro dia do desafio. Hoje quase usei meu coringa aqui, um poema meio ácido que escrevi há algum tempo e deixei amadurecendo na gaveta... até o fim do mês eu posto. Mas vamos ao que interessa. Juro que estou tentando em trazer um tema mais útil aqui pra esses escritos, mas por enquanto vocês terão que ficar mesmo com minhas histórias. Espero que estejam achando interessantes. Continuando nesse ritmo, ao fim do mês vocês saberão todas as minhas 10 histórias legais e eu não vou ter mais assunto pra conversar pessoalmente quando encontra-los (risos). Os 5 gatos pingados que acompanham esse blog sabem que eu já toquei numa banda de pagode. Contei uma história dessa época aqui  (clique no aqui pra ler, vale à pena) e hoje contarei outra boa – ou pelo menos eu acho boa. Não lembro se eu disse da outra vez, mas o nome da banda era Swing do Samba. Original, né? Parabéns pra nós rsrs. Quando se passou essa história que vou contar hoje, nós já estávamo

Academia - BEDA - Dia 2

Olá, pessoas!  Olha eu aqui para o meu segundo dia do BEDA! Uêba!! Palmas pra mim! Hahaha Afinal não era só mentira de 1º de abril e estou aqui de novo. É que resolvi adotar um lema, como o só por hoje dos alcóolicos anônimos, ou o por hoje não dos católicos, só que no meu caso é por hoje sim (ou só por hoje ) eu vou escrever. É aos pouquinhos que a gente vence um grande desafio, não é mesmo? (risos) Pessoas, voltei para a academia em março (falei pra vocês que acabaria virando um diário). Falo “voltei” como se tivesse grande familiaridade com academias, né?  Como se tivesse treinado com alguma frequência algum dia na vida... mas não é nada disso. Pra ser mais exato, eu tentei outras 3 vezes começar a fazer academia, mas nunca passava do primeiro mês. Primeiro porque eu me sentia ridículo carregando pesos de 3, 4, 5 kg na frente de um bando de marmanjo marombado que não levantava menos que 20 kg nos exercícios menos exigentes (tá, talvez eu esteja exagerando um pouquinho, mas

Sobre Timidez, livros e leitura - Blog Everyday April - 1º dia

Pessoas, cá estou de novo tentando dar uma sobrevida ao meu combalido blog. Tudo culpa da  Thami ,   que me veio de novo com essa ideia maluca de blogar todos os dias de abril – a primeira vez foi em 2013 e não consegui cumprir o desafio. Como daquela vez, convoco as graças do honorável  Santo Beda  para me trazer inspiração e iluminar os pensamentos. Daquela vez ele não me ouviu muito, ou foi eu que não o ouvi, mas vai que dessa vez dá liga! Pra começar, deixem-me falar um pouco dos últimos dias. (Ah, sim, esqueci de avisar que, como ando sem prática de escrita, isso aqui pode virar um diário – fiquem avisados.) Voltando: esse ano tenho andado meio preguiçoso pra ler (leia-se preguiçoso e meio, e se quiser elevar ao quadrado não será exagero). Iniciei o ano lendo um livro ótimo do Rubem Fonseca, Vastas emoções e Pensamentos Imperfeitos , mas só fui concluir a leitura na metade de fevereiro. Lento demais até para os meus padrões. Daí empolguei e li Órfãos do Eldorado , do Milton

Versos perdidos esvoaçam

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Versos perdidos esvoaçam pelo céu - E o céu é desses de noite límpida e clara com lua cheia e estrelas cadentes! Uma viola, uma gaita; vozes ressoam na noite, em uníssono, entoam uma canção E a canção ecoa, levada pelo vento A canção... não sei de que fala, mas conforta o coração de seus cantores e lhes estampa um sorriso na face e preenche a noite de alegria e, porque não?, de felicidade. Versos perdidos esvoaçam pelo céu e sabem que ali não há necessidade deles, que há bastante poesia na feliz reunião de amigos que cantam na noite estrelada Versos perdidos se vão esvoaçantes, continuam sua jornada à procura de um coração de poeta!

Gabo, piolhos e cuecas furadas

Quando estava iniciando meu blog, lá no UOL ainda, reli a primeira vez Memórias de minhas putas tristes e tive a ideia de um post. Republico agora, para fazer as vezes de despedida. Vá com Deus, Gabo! Segunda-feira, 17 de Outubro de 2005 Pessoas, Estou lendo “Memórias de Minhas Putas Tristes”, de Gabriel Garcia Márquez. Quer dizer, estou re-lendo, pois da primeira leitura gostei tanto que cheguei com demasiada pressa ao final da história  deixando de recolher os tesouros escondidos nas entrelinhas, nas orações que passam muitas vezes despercebidas caso não sejamos leitores atentos. E foi assim que logo na página 12 encontrei o primeiro, um excelente tema para uma boa reflexão, motivo pelo qual senti a obrigação de fazer uma pausa na leitura. Ao descrever seu personagem principal, Garcia Márquez conta uma historinha que ouviu quando criança, daquelas que os adultos contam com a intenção de ensinar algo às crianças e que servem mais é para assombrar-lhes a mente: “se um

Ressaca

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Era a alma dela escorrendo em sal por entre os dedos, como se o mar a sua frente quisesse nascer dos seus olhos nesse instante de dor. Sim, sua alma era também um mar de sentimentos que vinha em ondas, ora mansas, ora agitadas, outras vezes, como agora, se fazia ressaca, e seus frágeis diques se mostravam insuficientes para contê-las: então era esse transbordar em lágrimas e soluços, mar invadindo a orla, sentimento erodindo as suas bases e empurrando tudo ainda mais para dentro da cidadela... Mas depois de um tempo o mar sempre volta a se acalmar, a maré baixa, deixando para trás uma praia bela de areias brancas e a esperança de que tudo irá se manter assim, leve e límpido como um paraíso.

Os sinos

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É madrugada e os sinos tocam nos meus ouvidos . Assim, sublinhado, porque é só neles mesmo que os sinos tocam, pois não existem sinos nas redondezas. É só que resolvi escrever agora e de repente só ouço o som de sinos, sem a menor razão aparente. Seriam sinos celestiais? Sinos de morte? Sinos de vida? Sinos, em geral, são avisos de algo que vem , algo que começa, de que chegou o grande momento. Mas de que? de acordar? de viver? de encontrar Deus? Sinos bimbalham em meio ao silêncio, perturbando o sono que ainda não chegou. Alguém mais os ouve? Vizinhos, estais também em vigília, atentos ao sinal deste momento? E o natal já passou. Nem pode ser o sino-pequenino-sino-de-Belém. Já nasceu o Deus-menino, falta o nosso bem. Bimbalham, os sinos, bimbalham. E eu aqui, atento. A tempo? Pode já ter passado o sabe-se-lá-o-que os sinos vieram me mostrar. Ouço, agora, apenas o silêncio, traspassado pelos ruídos da noite. Geladeira, relógio, uivo de cães. Coração. Passou, definitivamente, o

Ciência, Religião e suas respostas insatisfatórias para nossos dias

No meu antigo blog eu já havia postado sobre como é difícil se orientar no mundo de hoje, onde a religião já não consegue dar respostas satisfatórias aos nossos anseios,  e nem a ciência, apesar de tantos avanços no conhecimento de nós mesmos e do universo, a substituiu na criação de significados, como acreditavam muitas das melhores mentes pensantes do mundo no decorrer dos séculos XIX e XX. A verdade é que a ciência, sem prejuízo das muitas respostas já encontradas, suscitou um sem número de novas perguntas que não tem, nem terá tão cedo, a capacidade de responder por completo. Esse artigo da Superinteressante, do qual transcrevo parte da introdução logo abaixo, me fez voltar a pensar no tema. Confiram; volto em seguida. "Em 2003, um grupo de cientistas italianos (de onde mais?) constatou que comer pizza poderia prevenir alguns tipos de câncer do sistema digestivo. Para chegar a essa conclusão, examinaram 3 315 pessoas com a doença e as contrastaram com outros 5 mil in

Lar

Caminhávamos em distraído êxtase de paixão. Sem perceber, atravessávamos os séculos contemplando nossos olhares, anos-luz, distâncias intangíveis, buracos negros e o encontro do meu olhar com o teu era o combustível, o caminho e a própria viagem. Lembro-me perfeitamente, embora às vezes duvide das minhas próprias lembranças, do dia em que nosso amor era tão forte, tão apaixonado e as nossas loucuras chegavam a grandes extremos. Enquanto caminhávamos a esmo – e era como se tudo fosse um grande jardim paradisíaco e nós os seus guardiões e principais habitantes – mergulhamos em um vulcão, você me puxando, eu fui sem hesitar, alcançamos o centro da Terra, incólumes por não saber do perigo de ser queimados, ou pela temperatura da nossa paixão estar acima da que fazia por lá. Éramos loucos, apaixonados loucos, redundância, eu sei, mas é para dar a noção mais próxima do que era o nosso amor. Sim, era. Foi. Já não é. Uma pena. Grande pena. *** Agora há pouco li uma lista dos luga